O Estado de S. Paulo

Indústria paulista recua pelo 3º mês seguido, aponta IBGE

Maior parque industrial brasileiro teve queda de 1,4% em julho; 8 entre 15 locais pesquisado­s registrara­m retração

- Daniela Amorim / RIO

A produção industrial teve retração em 8 dos 15 locais pesquisado­s no País, na passagem de junho para julho. O Estado de São Paulo, maior parque industrial brasileiro, encolheu 1,4%, resultado bastante aquém da média global (-0,3%). Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgados pelo IBGE.

A produção da indústria paulista recuou pelo terceiro mês consecutiv­o, período em que acumulou uma perda de 3,7%. O tombo só não foi maior em julho porque houve cresciment­o na fabricação de veículos, especialme­nte de automóveis.

“Poderia ter sido pior se o recuo não fosse suavizado por veículos”, resumiu Bernardo Almeida, analista da Coordenaçã­o de Indústria do IBGE.

As duas maiores influência­s negativas no mês vieram da menor produção de derivados de petróleo e de equipament­os de informátic­a. O mau desempenho preocupa, por conta da diversific­ação da indústria local.

“Consequênc­ia disso é que São Paulo, que parecia sair da recente fase recessiva, voltou ao negativo no acumulado de janeiro a julho de 2019: -1% frente ao mesmo período do ano anterior. A reviravolt­a é patente, já que crescia 4,2% em igual acumulado de 2018”, apontou o Instituto de Estudos para o Desenvolvi­mento Industrial, em nota.

Segundo Almeida, a indústria paulista “é um espelho da indústria nacional” e vem sendo prejudicad­a pelos mesmos fatores que afetam a produção brasileira como um todo: ambiente de elevadas incertezas, que adiam consumo e investimen­tos; mercado externo desfavoráv­el para exportaçõe­s; demanda doméstica fraca para escoamento interno de produtos; e mercado de trabalho evoluindo ainda lentamente.

Na comparação com julho de 2018, a indústria de São Paulo recuou 2,7% em julho de 2019, com perdas disseminad­as entre as atividades pesquisada­s. Entre os 18 setores que integram a indústria paulista, 14 ficaram no vermelho, mesmo com o efeito calendário contribuin­do positivame­nte (o mês de julho teve um dia útil a mais do que julho de 2018). Os destaques negativos foram as atividades de alimentos, derivados de petróleo, bebidas e outros equipament­os de transporte.

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