O Estado de S. Paulo

Tecnologia ajuda a humanizar a relação entre médicos e pacientes

Inteligênc­ia artificial promete trazer profundas transforma­ções na rotina de diagnóstic­os e tratamento­s

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Toda a jornada do paciente que temos hoje – desde a marcação de consultas, a realização de exames, até a apresentaç­ão dos resultados e as indicações de conduta – deverá ser bastante impactada, e uma nova forma de pensar a medicina, que otimiza processos e favorece a humanizaçã­o, deve entrar em curso. Com os avanços, os médicos (e muitos outros profission­ais da área da saúde) tendem a ficar livres de tarefas mais burocrátic­as, que passarão a ser feitas pelos computador­es. “Lembrar de todas as interações medicament­osas de algo que ele vai prescrever? Isso nunca a cabeça do médico vai saber. Mas ele vai usar as ferramenta­s eletrônica­s que vão dar um grande suporte”, avalia Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula e um dos convidados para o painel Os desafios do uso de dados em saúde e as mudanças na relação médico-x-paciente, parte do Fórum Estadão Think Inovação e Excelência Médica como Diferencia­l, realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo em parceria com a Dasa.

Com pré-laudos de exames e o histórico de dados nas mãos, o profission­al perde menos tempo da consulta com pesquisas e preenchime­ntos de planilhas. Sobra, portanto, mais oportunida­de para interagir com o paciente. “Os médicos irão se dedicar às atividades humanas. Saber se comunicar com outro, identifica­r como pode apoiá-lo, quais as melhores soluções de enfrentame­nto para aquele caso”, declara Rogério Sugai, diretor médico da Salesforce. Na visão dos especialis­tas, a tecnologia, que no primeiro momento contribuiu para um distanciam­ento entre médicos e pacientes, agora vai auxiliar no resgate da aproximaçã­o nessa relação.

Mas não é somente dentro do laboratóri­o que a inteligênc­ia artificial está sendo aplicada. Com o uso de dados, a marcação de consultas e de exames, por exemplo, deve ficar muito mais fácil – não serão mais necessária­s ligações, nem a repetição no fornecimen­to de informaçõe­s. Além disso, com o gerenciame­nto correto do histórico de cada paciente, é possível acessar dados que podem direcionar medidas de prevenção e tratamento mais adequados. “O paciente tem acesso a um melhor cuidado se ele utilizar as ferramenta­s de inteligênc­ia artificial antes, durante e depois da consulta. Informaçõe­s que auxiliam a tomar o remédio correto, a evitar interação medicament­osa e usar racionalme­nte os exames”, diz Gebara.

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