O Estado de S. Paulo

Moro manda PF investigar ‘caso Hélio Negão’

Inserção forjada do nome de Hélio Negão em investigaç­ão teria sido estopim para queda do superinten­dente no Rio

- Fausto Macedo Pepita Ortega COLABOROU MARIANA HAUBERT /

O ministro Sérgio Moro (Justiça) mandou a Polícia Federal investigar a suposta inclusão fraudulent­a de um homônimo do deputado federal Hélio Negão (PSL-RJ) em inquérito aberto para investigar crime previdenci­ário. Amigo de Jair Bolsonaro, o deputado não é alvo da investigaç­ão.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, determinou que a Polícia Federal investigue a suposta inclusão fraudulent­a de um homônimo do deputado federal Hélio Negão (PSL/RJ) em inquérito aberto para investigar crime previdenci­ário. Amigo do presidente Jair Bolsonaro, o deputado, que não é alvo da investigaç­ão, disse que desconhece o caso e, por isso, não iria comentar.

Em ofício encaminhad­o anteontem ao diretor-geral em exercício da PF, delegado Disney Rossetti, Sérgio Moro determina “a imediata apuração dos fatos no âmbito administra­tivo e criminal, com a identifica­ção dos responsáve­is”. No despacho, o ministro da Justiça faz menção à notícia de que o investigad­o no Rio seria homônimo de deputado.

“Diante da notícia publicada da aparente inclusão fraudulent­a do nome do deputado federal Hélio Negão em inquérito que tramita perante a Polícia Federal do Rio de Janeiro e que teria por objeto condutas de pessoa com o mesmo apelido, isso, segundo a matéria, com o aparente intuito de manipular o Governo Federal contra a Superinten­dência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, determino a imediata apuração dos fatos no âmbito administra­tivo e criminal, com a identifica­ção dos responsáve­is”, destacou Moro, que pede para se manter informado. Superinten­dente. A inclusão supostamen­te forjada de um homônimo do deputado federal Hélio Negão no inquérito sobre crime previdenci­ário teria sido o estopim da crise que derrubou o superinten­dente da Polícia Federal no Rio, delegado Ricardo Saadi.

No dia 15 de agosto, o presidente antecipou a saída de Saadi da superinten­dência do Rio, atribuindo ao delegado problemas de baixa “produtivid­ade” – Estado apurou, no entanto, que ele era um dos mais bem avaliados no Índice de Produtivid­ade Operaciona­l (IPO), que mede o desempenho das superinten­dências da corporação em todo o País.

A declaração de Bolsonaro causou indignação entre policiais federais e foi interpreta­da como uma interferên­cia na corporação, e quebra de sua autonomia. Mesmo com as críticas, Saadi teve a exoneração publicada na edição do Diário Oficial da União do dia 30 de agosto.

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MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL-1/2/2019 Deputado. Nome de Hélio Negão teria sido incluído de forma fraudulent­a em investigaç­ão

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