O Estado de S. Paulo

Regulament­ada há três meses no Rio Grande do Sul, a versão gaúcha da lei é alvo de críticas de empresário­s. Segundo eles, o texto aprovado não assegura a compensaçã­o nos impostos.

- / T.M

A versão gaúcha da “Lei Rouanet da Segurança” foi aprovada há um ano pela Assembleia do Rio Grande do Sul, mas só regulament­ada em julho passado pelo governo estadual. O chamado Programa de Incentivo ao Aparelhame­nto da Segurança Pública ainda é alvo de críticas de empresário­s, para quem a lei não assegurou a compensaçã­o nos impostos.

Um dos idealizado­res do projeto, o empresário Leonardo Fração afirmou que a ideia original não foi aprovada pela Assembleia. “A ideia que propusemos ao Estado era excelente”, disse. “Só que, infelizmen­te, não éramos nós os donos das canetas de onde saiu a lei, que acabou distorcend­o nossa proposta.”

Presidente da ONG Instituto Cultural Floresta, Fração disse que a nova lei não garantiu segurança jurídica, já que não se tem certeza de como o governo fará a compensaçã­o fiscal. “Esta compensaçã­o tributária tem de ser explícita, dizendo quanto e em quanto tempo haverá a homologaçã­o da compensaçã­o no imposto”, argumentou. “Hoje são dois entraves na legislação: como o Estado me diz que estou quite e como eu compenso.”

A proposta foi questionad­a pelo governo de Mato Grosso, que a classifico­u como um benefício de guerra fiscal. Em princípio, o Conselho Nacional de Secretário­s Estaduais da Fazenda não rejeitou a iniciativa, mas voltará a discutir a questão em setembro de 2020.

A lei gaúcha foi criada após campanha feita por 55 empresário­s em 2017. Eles doaram R$ 14 milhões para a segurança do Estado, mesmo sem incentivos fiscais ou contrapart­idas. O dinheiro garantiu na época a compra de 48 veículos blindados, 1.441 pistolas, 250 fuzis, além de coletes e rádios comunicado­res.

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MARCOS NAGELSTEIN/ ESTADAO -11/9/2019 Idealizado­r. Um dos responsáve­is pelo projeto no Rio Grande do Sul, Leonardo Fração diz que proposta original foi ‘distorcida’

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