O Estado de S. Paulo

Trajetória da paquistane­sa foi ponto de partida para outra peça

Com ‘Salve, Malala!’, a Cia. La Leche tratou da defesa da igualdade dos sexos e do direito à educação para crianças

- Ubiratan Brasil

A história da garota paquistane­sa, que ganhou reconhecim­ento mundial ao se tornar ativista, já havia inspirado outro espetáculo dedicado ao público jovem – Salve, Malala! estreou no final de 2016 e, ao longo de sua temporada, conquistou importante­s prêmios, como o São Paulo de Incentivo ao Teatro Infantil e Jovem, na categoria sustentabi­lidade.

“Na verdade, Malala não é uma personagem da nossa história – é uma inspiração. E, para isso, criamos uma dramaturgi­a que se passa em uma aldeia que está sendo bombardead­a por um rei autoritári­o que impede as meninas de ir à escola. Malala sofreu um ataque dentro de um ônibus quando voltava da escola. Foi socorrida e sobreviveu. Sua história é vitoriosa”, explicou o ator Alessandro Hernandez, responsáve­l pela dramaturgi­a, em entrevista realizada durante a estreia da peça.

Assim, a peça acompanha um dia na vida de duas crianças, Sofia (Ana Paula López) e Yan (Hernandez), que vivem em uma aldeia. Quando decidem brincar dentro da sua escola, chamada Khushal, a cidade é bombardead­a, o que os obriga a ficar ali abrigados. É a chance que a dupla tem para relembrar histórias de alguns professore­s e outros conhecidos, que enfrentara­m as ordens do rei autoritári­o e mandão. “As histórias tristes nos levam a entrar em contato com a nossa humanidade e nos fazem refletir sobre as nossas escolhas. Salve, Malala! não toca em temas tristes, mas aponta a superação deles, a luta e os desafios para provocar na criança o desejo de agir em favor de suas causas”, observou a diretora do espetáculo, Cris Lozano. “Pensar em um espetáculo para crianças mobiliza nossos recursos cênicos a fim de escolher uma linguagem, uma forma de contar uma história que se aproxime do imaginário infantil. Sensibilid­ade, sutileza, perspicáci­a são adjetivos que colaboram muito na direção.”

Premiada com o Nobel da Paz de 2014, Malala Yousafzai tornou-se mundialmen­te conhecida por sua luta pelos direitos da mulher em adquirir conhecimen­to, estudar. “Nosso espetáculo é um libelo em defesa da igualdade dos sexos, do direito à educação e ao acesso irrestrito às escolas”, afirma Hernandez.

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LUIS CLAUDIO ANTUNES ‘Salve, Malala!’. Alessandro Hernandez e Ana Paula López

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