Interlocução com o Congresso é ‘republicana’, afirma porta-voz
‘Estado’ mostrou que governo passou a usar emendas e monitorar redes sociais para ter apoio de parlamentares
O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmou ontem que o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, tem feito uma interlocução “republicana” para ampliar o apoio ao presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. O Estado mostrou ontem que o governo decidiu condicionar a liberação de verbas para emendas parlamentares e a distribuição de cargos nos Estados ao apoio em projetos de seu interesse. Essa estratégia passa pelo monitoramento de publicações feitas nas redes sociais e discursos dos congressistas.
“Confiando na capacidade dos seus ministros, o presidente Bolsonaro, neste momento, tem indicado, orientado o ministro Luiz Eduardo para que faça essa interlocução, representando-o nesse diálogo com os congressistas”, disse o porta-voz, em entrevista no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, onde Bolsonaro se recupera de cirurgia.
Questionado se essa ação não seria a repetição da estratégia de gestões anteriores (do “toma lá, dá cá”) que foi duramente criticada por Bolsonaro na campanha eleitoral, Barros afirmou que a interlocução do ministro é “republicana”.
“A forma como o ministro vem dialogando é uma forma republicana. É uma forma orientada e liderada pelo senhor presidente da República”, repetiu ele. O objetivo do governo é usar até R$ 2 bilhões dos cerca de R$ 15 bilhões do Orçamento que serão desbloqueados nas próximas semanas para pagar emendas prometidas no âmbito da reforma da Previdência. O maior foco de tensão está no Senado, que ainda vai apreciar as mudanças nas regras da aposentadoria. É por lá também que passará a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSLSP), filho do presidente, para o cargo de embaixador nos EUA.