PASSAPORTE PARA HARVARD
No Colégio Augusto Laranja alunos com as melhores médias ganham curso na universidade americana
Dedicação para ter as melhores notas nunca foi problema para a estudante Camila Bergueiro, 17 anos. Mas quando completou uma sequência de notas 10 no boletim – destaque para geometria, seu grande desafio – Camila sabia que estava perto de carimbar o passaporte para a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. “Estudar lá era um sonho antigo", diz.
Esse sonho nasceu de uma tradição firmada há 17 anos no Colégio Augusto Laranja, em Moema, na zona sul de São Paulo. Anualmente a escola promove o Prêmio Pins de Excelência Acadêmica, que dá a dois alunos do 2º ano do ensino médio a oportunidade de fazer um curso de verão em um dos maiores centros de conhecimento do mundo. A condição: alcançar as melhores médias.
No Augusto Laranja, desde o 6º ano do ensino fundamental, os alunos que conquistam as primeiras classificações são agraciados com os "pins". Entre os 700 estudantes, 80 recebem essa espécie de "menção honrosa" pelos resultados. “Os pins são metas intermediárias de sucesso acadêmico para que o aluno caminhe com mais autoconfiança”, diz Gustavo Laranja, gestor do colégio.
Almejando uma formação plena, o gestor explica que a competição gerada com o prêmio é saudável. “Esse é um entre vários aspectos do nosso método de aprendizado. A escola também considera as habilidades socioemocionais dos alunos”, ressalta. Laranja cita o autoconhecimento como um dos principais objetivos dos que viajam a Harvard pelo prêmio. Camila, por exemplo, usou suas aulas na universidade para decidir para qual curso prestaria o vestibular. Em Harvard ela mergulhou nas leituras das aulas de psicologia e neurologia. Também aprendeu sobre origens de conflitos armados pelo mundo – e foi esse interesse em geopolítica que falou mais alto.
“Em Harvard pude entender detalhes sobre os interesses que estão por trás de uma guerra, sob uma perspectiva bem diferente", conta Camila. Este ano, a estudante prestará vestibulares da USP e FGV para Relações Internacionais.
DIVERSIDADE CULTURAL
Vencedor do Pins em 2018, Roberto Sabino Spina, 18, fez seu curso entre junho e julho deste ano, junto com Camila.
Calouro do curso de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Roberto escolheu estudar na instituição americana assuntos como liderança e gestão de pessoas e desenvolvimento de produtos sustentáveis. Os trabalhos que fez em Harvard abordaram estudos de casos reais, com empresas americanas.
No entanto, Roberto diz que o aprendizado no exterior não foi apenas técnico. “Fiquei surpreso com o nível cultural e a diversidade entre meus colegas de classe. Ganhei uma visão global para relacionar diversas áreas de conhecimento”, recorda. Em uma classe de 25 pessoas, diz ele, havia alunos de 18 nacionalidades.
Tanto Camila quanto Roberto estudaram no Augusto Laranja desde o início do ensino fundamental. Essa é uma constante entre os premiados com a viagem a Harvard, diz o gestor Gustavo. “Dentro da rede de veteranos que passaram pelo programa Augusto Laranja - Harvard estão administradores, médicos e comunicadores, ocupando cargos concorridos, dentro e fora do Brasil.”
Camila quer trabalhar em órgãos internacionais como a ONU. Roberto sonha atuar em empresas que fomentam empreendedorismo e inovação.
Os premiados são alunos do Augusto Laranja desde o ensino fundamental