Atuação retrógrada
Depois de anunciar o cancelamento de bolsas para os estudantes e cientistas da Capes e do CNPq, algumas de valores ínfimos, o governo anuncia agora que vai liberar verbas para emendas parlamentares e distribuir cargos nos Estados, condicionando tudo isso ao apoio a projetos de seu interesse. O cancelamento de bolsas representa quebra de compromisso com quem acreditou na seriedade do governo. Essa decisão provocará maior atraso ainda num país já muito atrasado em ciência e tecnologia em relação aos países evoluídos. Para mim, fica claro que com esse governo continuaremos sendo um país fornecedor de commodities. Já decidiu terminar Angra 3, em vez de partir para a produção de energias limpas. E agora vamos continuar reservando verbas para políticos nem sempre escrupulosos, muitas vezes para obras que têm início, mas nunca terminam, apenas garantem a progressão da carreira desses maus políticos, quando não significativo aumento de seu patrimônio. Ou seja, continuamos com a velha política, que nos conduziu ao buraco onde nos encontramos. O presidente Jair Bolsonaro ficou atado a um passado que não volta mais. A Amazônia é muito mais valiosa para a humanidade com as árvores em pé, por causa do aquecimento global, e não como mais um espaço para o agronegócio e para hidrelétricas. O Brasil tem um potencial econômico formidável por sua condição ambiental ímpar. Com imensas reservas naturais, precisa aprender a explorá-las com inteligência. Contudo tem de se modernizar e para isso o presidente tem de mudar radicalmente, pois como vem se conduzindo está atrapalhando, e muito. GILBERTO PACINI benetazzos@bol.com.br
São Paulo