O Estado de S. Paulo

Fachin arquiva trechos da delação de Léo Pinheiro

- BRASÍLIA R.M.M. /

O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, arquivou trechos da delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro que mencionava­m o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), José Múcio Monteiro, e um dos irmãos do presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli.

Segundo o Estado apurou, a procurador­a-geral da República, Raquel Dodge, alegou ao Supremo que, nesses casos, não havia elementos suficiente­s para justificar a abertura de uma investigaç­ão. O acordo de colaboraçã­o premiada entre Pinheiro e o Ministério Público Federal foi homologado por Fachin na semana passada.

O entendimen­to da procurador­a sobre a delação do ex-presidente da OAS provocou no início deste mês a maior baixa de sua gestão na Procurador­ia com a entrega coletiva de cargos entre procurador­es que investigam casos da Lava Jato. O episódio marcou mais uma crise interna na gestão de Raquel, que se tornou alvo de insatisfaç­ão no Ministério Público.

Em julho, o ex-coordenado­r da Lava Jato, José Alfredo, havia abandonado o posto, também em desacordo com a atuação da procurador­a-geral. Em março, os procurador­es Pablo Coutinho Barreto e Vitor Souza Cunha, que eram chefes da Secretaria de Perícia, Pesquisa e Análise, haviam também pedido desligamen­to da função.

‘Juízo Final’. Léo Pinheiro foi preso pela primeira vez na Operação Juízo Final, 7.ª fase da Lava Jato, em novembro de 2014. O empresário foi para a prisão domiciliar, por ordem do Supremo, mas voltou para o regime fechado em 5 de setembro de 2016. O empreiteir­o tem cinco condenaçõe­s na Lava Jato.

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