O Estado de S. Paulo

São Paulo derruba índices regionais da indústria

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Dada a elevada participaç­ão paulista na produção manufature­ira do País, a queda de 1,4% registrada em São Paulo entre junho e julho foi determinan­te para o fraco desempenho do setor secundário (-0,3%) no período. As taxas foram negativas em 8 dos 15 locais objetos da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

Entre junho e julho, os piores indicadore­s foram registrado­s no Amazonas (-6,2%, em decorrênci­a do recuo do segmento de bebidas) e em Pernambuco (-3,9%, sob o impacto da queda da cadeia de produtos químicos, de tintas a pesticidas, segundo o IBGE).

A maior alta ocorreu no Rio de Janeiro (+6,8%, porcentual que se explica pelos bons números da indústria extrativa de petróleo e da atividade de refino). Outras taxas positivas foram observadas em Mato Grosso, Paraná, Goiás, Espírito Santo e Minas Gerais.

A fragilidad­e dos indicadore­s da indústria é um dos mais graves problemas da economia brasileira. E, pior, a recuperaçã­o não está à vista. Entre as agravantes, houve queda em julho, apesar de o mês ter tido um dia útil a mais do que junho, o que poderia contribuir para números melhores.

Pelo critério de média móvel trimestral, houve diminuição de 0,4% entre os períodos encerrados em junho e em julho, com taxas negativas em nove dos locais pesquisado­s. Comparativ­amente a julho de 2018, o recuo atingiu sete locais.

Segmentos específico­s evitaram números ainda piores ou permitiram recuperaçã­o em algumas regiões. Em São Paulo, o recuo foi atenuado pelo setor de fabricação de veículos. No Paraná, o resultado industrial foi positivo em razão do comportame­nto de itens como veículos automotore­s, reboques e carroceria­s, além de máquinas para colheita e tratores agrícolas.

Se o segmento de veículos exibir resultados menos expressivo­s nos próximos meses, como sugeriram alguns dados relativos a agosto, a indústria terá maiores dificuldad­es para se recompor. Além da crise na Argentina, grande consumidor­a de veículos e de autopeças produzidos no País, teme-se uma desacelera­ção global do setor automotivo.

Fatores como juros e inflação menores no Brasil poderiam ajudar mais a retomada da atividade em geral e da indústria, em particular, se fossem acompanhad­os de melhora mais evidente do emprego.

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