Banco Votorantim prepara ida à Bolsa e pode ter banco digital
Novo presidente diz que, mesmo com abertura de capital, família Ermírio de Moraes e BB não deixarão a sociedade
O Banco Votorantim, parceria entre a família Ermírio de Moraes e o Banco do Brasil, começou a preparar sua abertura de capital. Ainda não estão definidos, porém, a data ou os bancos que conduzirão o processo, disse ontem o novo presidente da instituição, Gabriel Ferreira, em São Paulo.
A ideia da chegada ao mercado financeiro é “vender” aos investidores uma nova fase da instituição, que conseguiu melhorar resultados e ampliar sua relação com startups de tecnologia. “Ter um banco digital próprio é uma opção que pode acontecer na linha do tempo”, afirmou o executivo.
Ferreira ressaltou que não há desejo de saída de nenhum dos sócios com a abertura de capital. A oferta inicial de ações (na sigla em inglês, IPO) provavelmente será feita com uma fatia minoritária. Quanto ao segmento de listagem, o executivo disse que o banco deve optar pelo Novo Mercado da B3, a Bolsa paulista.
Segundo o novo presidente do Votorantim, ainda, a troca de comando, na semana passada, foi planejada justamente para dar continuidade ao processo de modernização da instituição financeira.
Ferreira substituiu Élcio Jorge dos Santos, que ocupava o cargo havia oito anos. “Acompanhei o Élcio desde 2012 (quando entrei no Votorantim) e muito da agenda da nova economia vem da sua gestão”, disse.
Segundo ele, o resultado do banco veio forte, com taxa de retorno próxima à dos principais concorrentes, na casa de 15%, e várias linhas crescendo acima de 10%. “A nomeação de alguém da casa demonstra confiança dos acionistas”, disse.
Crédito. Ferreira afirmou ainda que, dentro da nova estratégia traçada, a vocação da instituição se mantém. Hoje, ela tem papel relevante no crédito a veículos. “O que muda é a amplitude de alcance dos nossos produtos e serviços para os clientes”, disse. Ou seja: ajudar o cliente em várias necessidades, acrescentou.
Parceria com startups. Parte da virada que o Banco Votorantim está promovendo em sua operação é acompanhada de investimentos em startups que têm sinergias com a instituição.
O processo foi iniciado em 2017, por meio do fundo BR Startups, em parceria com a Microsoft. O banco depois tornou-se parceiro em um dos fundos da gestora de venture capital Monashees, o que permitiu que ele se conectasse ao Neon e à Weel, plataformas de investimento e antecipação de recebíveis, respectivamente.
Por meio de fundos – um deles do próprio banco – e parcerias, o Votorantim investiu em 15 startups, sendo quatro por meio de seu fundo de participações (FIP) de R$ 150 milhões.