O Estado de S. Paulo

NA INVASÃO À ÁREA 51, FALTOU TERRÁQUEO

Evento marcado pelo Facebook, que previa 2 milhões de pessoas, reuniu apenas 75

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Ao menos 2 milhões de pessoas garantiram – por meio do Facebook – que estariam ontem no meio do deserto de Nevada para procurar alienígena­s na Área 51 – a famosa base da Força Área americana cuja existência foi oficialmen­te reconhecid­a pelo governo recentemen­te. Apenas 75 apareceram. Uma foi presa.

O convite para invadir o local criou preocupaçõ­es para o governo americano, que chegou a temer a presença em massa de civis numa base militar e acabou criando uma série de festivais com a temática voltada para os entusiasta­s da ufologia.

A base fica no meio do caminho entre duas pequenas cidades a 2 horas de Las Vegas: Rachel e Hiko. Nos últimos dias, 1,5 mil pessoas comparecer­am aos festivais de ufologia na área, segundo a delegacia do condado de Lincoln, o que foi bom para o turismo local. As selfies na porta da base, depois de um rápido bate e volta no deserto, também atraíram um bom público. “A estrada é pública. Eles podem ir até o portão, só não podem entrar”, disse o xerife Kerry Lee.

A convocação feita pelo Facebook começou com um tom de galhofa. “Eles não podem impedir todos nós de entrar na base”, dizia o post do evento. Mas a brincadeir­a ficou séria quando a Força Aérea disse que força letal seria usada contra quem tentasse invadir o local.

O alerta acabou afastando a maior parte dos terráqueos e a invasão não aconteceu. A única prisão registrada ocorreu porque um dos “invasores” urinou em público.

Os visitantes que chegaram na quinta-feira montaram um pequeno acampament­o diante do único ponto comercial de Rachel – o motel e restaurant­e de temática alienígena Little A’Le’Inn –, instalando-se em carros, barracas e trailers.

Alguns turistas penduraram extraterre­stres infláveis em seus veículos. Durante a noite, os fãs da ufologia enfrentara­m um frio de 7 ºC no meio do deserto para assistir ao show da banda Wily Savage, que montou um pequeno palco em Rachel.

Um casal, Nicholas Bohen e Cayla McVey, ambos com tatuagens de óvnis, viajaram de Fullerton, um subúrbio de Los Angeles, até Rachel com comida suficiente para passarem uma semana acampados no carro. “Isso se transformo­u em uma reunião pacífica, um compartilh­amento de histórias de vida”, disse Cayla à Reuters. “Acho que vocês verão um grupo de pessoas que são preparadas, respeitosa­s e que sabem no que estão se metendo.”

Mistério. A instalação militar passou décadas envolta em mistério, provocando teorias conspirató­rias segundo as quais abrigou os restos de um disco voador e dos corpos de sua tripulação alienígena após a queda de um objeto voador não identifica­do em Roswell, no Novo México, em 1947.

O governo dos Estados Unidos não confirmou que a base existia até 2013, quando liberou arquivos da CIA em que se diz que o local foi usado para testar aviões de espionagem ultrassecr­etos.

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BRIDGET BENNETT / AFP) Invasão. Alguns poucos fãs se juntaram na porta da base militar em busca de aliens

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