O Estado de S. Paulo

Rúgbi: copa consolida alta audiência Mundial.

Campeonato, que está sendo disputado no Japão, é o terceiro evento esportivo de maior público

- P.F.

Terceiro evento esportivo de maior audiência no mundo, atrás apenas da Copa do Mundo de futebol e dos Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo de rúgbi começou ontem com o duelo entre os anfitriões Japão e a Rússia, com vitória dos donos da casa por 30 a 10. Mesmo no início, a competição já é um grande sucesso, com todos os ingressos vendidos e projeção de 500 mil turistas estrangeir­os para acompanhar ao vivo.

São 20 seleções na disputa do cobiçado título, entre elas a favorita Nova Zelândia, maior potência da modalidade, e outras fortes equipes que podem chegar bem longe, como Austrália, África do Sul, Irlanda, Inglaterra, País de Gales, França e Escócia. A Argentina também chega bem e quer repetir a boa campanha da última edição, quando alcançou as semifinais.

O Brasil não estará presente no evento e sonha conquistar sua vaga inédita na próxima edição. “Tenho confiança de que em 2023 o Brasil estará na França disputando um Mundial pela primeira vez”, explicou Eduardo Mufarej, presidente da Confederaç­ão Brasileira de Rugby (CBRu) e que estará no Japão representa­ndo a entidade.

“A CBRu vai ao Japão para a assembleia que congrega as uniões nacionais de rúgbi no dia 31 de outubro. Além disso, também realizarem­os eventos locais como os ‘Rugby Days’ em parceria com a Japan House e o consulado do Japão em São Paulo”, disse o dirigente, lembrando que a Copa vai até 2 de novembro, quando será disputada a decisão em Yokohama.

Pela primeira vez a competição está sendo realizada na Ásia e em um país de poucas tradições na modalidade. Mas os torcedores abraçaram o evento, que serve como teste para grande público antes da Olimpíada em Tóquio, em 2020. Todos os ingressos para as 48 partidas nos 12 estádios foram vendidos, gerando uma receita de US$ 323,5 milhões (R$ 1,32 bilhão).

A expectativ­a é de que esta seja a Copa mais bem-sucedida da história. Até por isso, a perspectiv­a dos japoneses é de que o impacto econômico do evento seja superior a US$ 1,24 bilhão (R$ 5,08 bilhões). No campo, essa empolgação diminui, pois a seleção do país asiático não deve chegar tão longe.

Sem a presença do Brasil, o amante do rúgbi vai ter de escolher outra seleção para vibrar. Segundo Mufarej, uma curiosidad­e chama a atenção. “Eu destacaria que grande parte do contingent­e brasileiro tende a apoiar a Argentina, o que em outros esportes é quase impensável.”

Ele lembra que, pouco depois da Copa no Japão, os principais atletas do evento estarão no Brasil. No dia 20 de novembro, os Tupis vão enfrentar os Barbarians, o “time dos sonhos” mundial, no Morumbi. “Além do contingent­e de turistas e fãs brasileiro­s que irão ao Japão, cabe destacar que todas as partidas serão transmitid­as ao vivo para o Brasil. Duas semanas após o término da Copa do Mundo, as maiores estrelas daquela competição virão ao Brasil para vestir a camisa dos Barbarians contra a seleção brasileira”, disse Mufarej.

Essa partida faz parte de uma iniciativa de CBRu de desenvolve­r a modalidade no País e ter sempre um grande jogo todos os anos para colocar a seleção nacional à prova. No ano passado, a equipe enfrentou os All Blacks Maori em um duelo que chamou bastante atenção para o esporte. Desta vez a ideia foi trazer os Barbarians e promover mais um bom jogo em um estádio de grande capacidade.

No Brasil, a ESPN transmite o torneio pela TV fechada e os jogos também poderão ser acompanhad­os pela plataforma de streaming WatchESPN. Vale lembrar que a Copa é a modalidade com 15 jogadores, diferentem­ente do Sevens, que tem apenas sete atletas em cada time e está no programa olímpico.

Competição. A primeira fase da Copa do Mundo de rúgbi terá 20 equipes e quatro grupos. No A estão Irlanda, Escócia, Japão, Rússia e Samoa. O Grupo B conta com Nova Zelândia, África do Sul, Itália, Namíbia e Canadá. Já o Grupo C terá Inglaterra, França, Argentina, Estados Unidos e Tonga. E, por último, a chave D tem Austrália, País de Gales, Geórgia, Fiji e Uruguai.

As seleções se enfrentam no sistema todos contra todos no próprio grupo e as duas mais bem colocadas de cada chave se classifica­m para as quartas de final. Nesta fase, os primeiros de cada chave enfrentam os segundos colocados, sendo A x B e C x D. Os vencedores fazem a semifinal e quem avançar disputará a decisão marcada para Yokohama. /

Eduardo Mufarej PRES. DA CONF. BRAS. DE RÚGBY ‘Tenho confiança de que em 2023 o Brasil estará na França disputando um Mundial pela primeira vez’

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ODD ANDERSEN / AFP Estreia. Japão venceu a Rússia no jogo de abertura da Copa

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