O Estado de S. Paulo

Futuros campeões ‘invadem’ as pistas

Fórmula 1. Com Verstappen e Leclerc à frente, estão surgindo vários novos pilotos capazes de dar continuida­de ao sucesso da categoria

- Ciro Campos

A Fórmula 1 inicia hoje, às 9h10, no GP de Cingapura, a fase final do calendário com o título encaminhad­o novamente para Lewis Hamilton, da Mercedes, e com mais uma certeza estabeleci­da na categoria. Após dois terços da temporada cumpridos, o ano tem servido para consolidar uma nova geração de jovens pilotos, como Max Verstappen e Charles Leclerc, nomes cada vez mais preparados para assumir o protagonis­mo nos próximos campeonato­s.

O grupo de rapazes promissore­s, de menos de 23 anos e com idade para ser estudantes universitá­rios, desponta como o futuro de uma modalidade que nos últimos anos tenta justamente conquistar o público mais jovem. Verstappen e Leclerc, por exemplo, foram os únicos pilotos fora a dupla da Mercedes a terem vencido provas nesta temporada. Tudo isso com apenas 21 anos.

A Fórmula 1 não conta só com eles. O mais novo do grid é o britânico Lando Norris, da McLaren, de apenas 19 anos e cotado como o “novo Hamilton”. O ano trouxe como uma das surpresas o cresciment­o do estreante Alex Albon, tailandês de 23 anos promovido recentemen­te para a Red Bull após bons resultados. Até mesmo o canadense Lance Stroll, de 20, afastou a fama de piloto milionário e comprador de vaga na categoria ao conseguir um quarto lugar no GP da Alemanha.

O grid atual tem a média de idade de 26 anos e uma divisão clara entre gerações. De um lado, nomes como Hamilton, Sebastian Vettel e Kimi Raikkonen passaram dos 30 anos. Do outro, os garotos se mostram cada vez mais prontos para assumir os postos principais.

Quem mais cresceu no ano foi o monegasco Leclerc. O piloto da Ferrari ganhou as duas últimas provas e tem superado o colega tetracampe­ão mundial,

Sebastian Vettel. “Quando eu cheguei à equipe, não quis parecer arrogante e passar a impressão que queria mudar tudo. Eu quis esperar meu tempo, me adaptar e mostrar meu potencial”, afirmou Leclerc.

Os resultados arrebatado­res do monegasco o colocam com o rival futuro de Verstappen. O holandês foi o mais jovem a estrear na categoria, aos 17 anos, e é um fenômeno de público. Arrasta pelos autódromos uma torcida organizada colorida de cor laranja e alimenta a expectativ­a holandesa para receber no próximo ano um GP após 35 anos. No tempo livre, ele gosta de jogar futebol no vídeogame.

Investimen­to.

Os mais jovens da atual F-1 chegaram cedo à categoria graças a projetos de academias de pilotos. Equipes como Red Bull, Renault, McLaren e Ferrari se dedicam a recrutar talentos e fazê-los evoluir com atividades diárias, como treinos físicos, simuladore­s e convívio na fábrica. “Se não tivéssemos arriscado e dado chances aos novatos, eles nunca teriam aparecido e entregado esses resultados”, afirmou o chefe de Red Bull, Christian Horner.

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