Tecnologia ganha espaço nas montadoras
Indústria automobilística vai investir quase R$ 40 bi até 2024 para melhorar a qualidade dos veículos e a produtividade das fábricas
Drone usado para controlar estoque na fábrica da Volvo, em Curitiba: indústria automobilística aposta em tecnologia e pretende investir quase R$ 40 bilhões até 2024 para melhorar a qualidade dos veículos e ampliar a produtividade e a competitividade das empresas.
Drones que controlam estoques, óculos com realidade aumentada, robôs teleguiados, exoesqueletos, impressão de peças em 3D e fábricas digitais são algumas das tecnologias disruptivas que a indústria automobilística brasileira vem adotando para melhorar a qualidade dos veículos, a produtividade das fábricas e sua competitividade. O setor está com o cronômetro acionado para enfrentar um dos seus maiores desafios desde a produção do primeiro veículo nacional, há mais de seis décadas. Nos próximos 15 anos, prazo em que entrará em vigor o livre comércio entre Mercosul e União Europeia, as fabricantes locais terão de estar preparadas para exportar carros mundo afora e, internamente, enfrentar produtos importados.
Se não tiver condições de competir globalmente, o País poderá se tornar mero importador de veículos. Hoje o Brasil abriga 66 fábricas que produzem automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e tratores.
O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Luiz Carlos Moraes, afirma que, “da porteira para dentro, nossas fábricas estão preparadas”. Segundo ele, entre 2018 e 2024 o setor vai investir quase R$ 40 bilhões, a maior parte em novas tecnologias e modernização das linhas.
Embora seja um dos líderes na introdução de processos e equipamentos da chamada Indústria 4.0 – ou fábricas inteligentes –, o setor tem muito a avançar, especialmente para atender à demanda futura por carros mais conectados, mais seguros, elétricos e autônomos.
Segundo Moraes, parte dessa melhora depende da disposição do governo em mudar gargalos que atrapalham os negócios da indústria em geral, como infraestrutura e tributação.
Marcelo Cioffi, sócio da consultoria PwC no Brasil, concorda que deficiências logísticas, burocracia excessiva, insegurança jurídica, tributação elevada ou com imperfeições, baixa abertura comercial, custo de energia, entre outros itens, “acrescentam custos em cada fase da cadeia produtiva, causando um efeito bola de neve, deixando um ‘gap’ de competitividade que coloca o País em desvantagem em relação a outros países produtores de veículos”.
Ele ressalta que, do lado das empresas, muitos investimentos foram feitos nos últimos anos em novas fábricas, aumento de capacidade e eficiência produtiva, em muitos casos equiparando as unidades locais a padrões internacionais. O Estado procurou várias das empresas para indicar inovações que mudaram a forma de produzir carros no País. Abaixo está a relação com as indicações de cada uma delas.