O Estado de S. Paulo

Não espere que o dólar caia justo na sua viagem

- ECONOMIA@ESTADAO.COM

Vou fazer uma viagem internacio­nal no final do ano e vi que o dólar voltou a subir na semana passada. Como fazer para fugir dessas altas do câmbio na hora de comprar o dinheiro que vou levar?

O melhor procedimen­to é buscar uma forma de proteção, o que o mercado chama de hedge cambial. Em termos mais simples, significa comprar dólar ou aplicar em algo que acompanhe a variação cambial. O fato é que o dólar está apresentan­do grande volatilida­de. Mesmo com a queda da inflação, dos juros e até do índice de risco país, ainda temos os conflitos internos e os internacio­nais, o resultado é que o dólar está se mantendo acima de R$ 4,00. O recomendad­o é acompanhar constantem­ente a cotação e, quando o câmbio cair, comprar certo montante. Siga nesse procedimen­to até obter todo o valor planejado para a sua viagem. A projeção para o dólar até o final do ano, segundo o relatório Focus, do Banco Central, é a moeda norte-americana estar nesse patamar atual. Alternativ­amente, você pode aplicar em fundos cambiais ou comprar minicontra­tos de dólar na Bolsa de Valores. Mas tenha o cuidado de antes de qualquer passo comparar os custos de cada tipo de investimen­to. Compare também o custo de comprar moeda física ou optar pelo cartão pré-pago de viagem. No geral, esses cartões são bem aceitos no exterior, mas caso você vá viajar para algum lugar mais exótico verifique como é aceitação desse meio de pagamento no local. A dica é planejar muito bem a sua viagem, prevendo todos os gastos, incluindo com gorjetas. De qualquer forma, a pior alternativ­a é não fazer nada e acreditar que o dólar vai cair justo quando você precisar dele.

Tenho duas filhas e minha única poupança é uma previdênci­a privada VGBL. Vale a pena continuar nesse investimen­to ou seria melhor sacar o dinheiro e começar a comprar ações que pagam bons dividendos? Mantenha o VGBL e não coloque mais recursos nesse plano. Sua melhor alternativ­a no momento é verificar o desempenho de seu VGBL e realizar uma comparação com planos equivalent­es disponívei­s no mercado. Caso encontre uma alternativ­a que traga melhores resultados, use da portabilid­ade para transferir o saldo. Os planos de previdênci­a no Brasil são caros e, com a queda de juros, estão rendendo pouco – na semana passada, o Banco Central cortou a Selic, a taxa básica de juros, para 5,5% ao ano, o menor patamar da história. No entanto, sacar os recursos, significar­á arcar com o imposto de imediato e isso vai provocar uma grande perda do saldo. Vai ser extremamen­te difícil encontrar uma aplicação que renda o suficiente para compensar essa perda. O mais indicado, portanto, é manter o plano atual e começar a fazer novos investimen­tos em outros ativos financeiro­s. Mesmo em tempos bicudos como os atuais, procure organizar seu orçamento familiar e gerar economias que possam ser investidas. Criar uma carteira de ações boas pagadoras de dividendos é uma boa ideia – os dividendos são parte do lucro das empresas distribuíd­o periodicam­ente aos acionistas. Mas considere que sair de um investimen­to com nível de risco muito baixo, como o plano de previdênci­a privada, e partir diretament­e para uma carteira de ações requer aceitar alto risco e isso não é para todos os perfis de investidor­es. Antes de qualquer coisa, você deve refazer seu planejamen­to financeiro, estabelece­r seus objetivos e, na sequência, determinar como poderá compor a sua carteira de investimen­tos.

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