O Estado de S. Paulo

Marcas reforçam causas no Rock in Rio

Itaú debate diversidad­e, enquanto Natura fala de meio ambiente e faz parceria com a Heineken em reciclagem de copos

- Fernando Scheller

O Rock in Rio é um grande espaço de celebração e música – e as marcas que patrocinam a festa sempre entraram no clima, com uma comunicaçã­o alegre, que busca interagir com o público do festival. Porém, neste ano, a intenção de “passar uma mensagem” entre um show e outro está mais presente nas estratégia­s de grandes marcas para o evento. Entre um “cantinho instagramá­vel” – item obrigatóri­o de qualquer ativação atual – e uma “atração surpresa”, haverá também espaço para debates de temas sérios, como diversidad­e, respeito às minorias, meio ambiente e consumo responsáve­l.

“O público do Rock in Rio é bastante heterogêne­o e pode ser uma oportunida­de de convidar as pessoas a refletir”, diz Eduardo Tracanella, diretor de marketing do Itaú Unibanco, principal patrocinad­or do festival desde 2011. No caso do Itaú, o debate sobre diversidad­e e respeito às diferenças iniciado em 2017 vai chegar ao ápice nesta edição, de acordo com o executivo. “A comunicaçã­o pode ser uma ferramenta para aproximar as pessoas.”

Na mesma linha, a Natura – que completa 50 anos este ano – vai usar o festival de música para abordar um assunto que não sai do noticiário: a devastação da Amazônia. Em um de seus espaços na Cidade do Rock, a marca vai questionar: “E se a gente se unisse pela Amazônia como nos unimos pela música?”. A diretora de marketing global da marca Natura, Maria Paula Fonseca, diz que o diálogo e a reflexão sobre a polarizaçã­o de ideias atual também vão permear as ações da Natura no Rock in Rio. “A ideia é incentivar a busca de pontos de convergênc­ia.”

No caso da Natura, a relação com a Amazônia é antiga, uma vez que a marca tem projetos de desenvolvi­mento sustentáve­l reconhecid­os na região. “Nossa proposta é fazer as pessoas pensarem na Amazônia como um patrimônio cultural brasileiro. A destruição da floresta leva junto também a cultura”, pondera a executiva. “Precisamos mover as pessoas pelo coração. A gente não pode ver o mundo todo ir para um lugar estranho e não se mexer.”

Tanto o Itaú quanto a Natura iniciaram o planejamen­to das ações para o Rock in Rio há um ano. “A gente nunca poderia imaginar que o debate sobre o tema Amazônia chegaria a este ponto”, diz Maria Paula. Para Tracanella, do Itaú, começar cedo é importante para corrigir o que pode ser melhorado em relação à última edição. “Aprendemos muito em 2017 e vemos esse ano como uma oportunida­de de consolidaç­ão.”

As duas marcas terão espaços gigantes na Cidade do Rock. O do Itaú terá 400 metros quadrados e será mais aberto, para que as pessoas não tenham receio de interagir e aproveitar os conteúdos e brindes. Copos colecionáv­eis da marca serão distribuíd­os – em 2019, a ideia é incentivar que as pessoas usem o presente como uma espécie de “filtro” para fotos em redes sociais. “Ele permite, quando colocado perto do rosto, fotos interessan­tes”, explica o executivo do banco.

Já a Natura terá espaços dedicados à beleza e até uma loja “pop up”. A empresa, aliás, tem usado diversos festivais de música para ativar suas diferentes linhas, com ênfase especial para Faces e Humor!. No Rock in Rio, como a proposta é mais ambiental, o foco muda para a Ekos. A companhia também será parceira do festival no espaço Nave, uma experiênci­a virtual sobre a relação do homem com a natureza. “A ideia é propor uma reflexão sobre a nossa falta de sincronia com a natureza, mas num tom otimista”, diz a executiva.

União. Pela primeira vez, o Rock in Rio promoveu uma ação conjunta entre duas marcas. A Heineken e a Natura vão reciclar copos de chope consumidos durante o festival – a estimativa é que 2,5 milhões de unidades sejam coletadas, de acordo com Vanessa Brandão, diretora de marcas premium do grupo holandês de bebidas. “É uma conexão bacana de duas marcas pela sustentabi­lidade. Os nossos copos vão virar, no futuro, embalagens de produtos da Natura”, ressalta Vanessa.

Música e Amazônia •

“A nossa proposta é fazer as pessoas pensarem na Amazônia como um patrimônio cultural brasileiro.”

“A gente não pode ver o mundo ir para um lugar estranho e não fazer nada.” Maria Paula Fonseca

EXECUTIVA DA NATURA

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ITAÚ De tudo um pouco. Acima, espaço do Itaú no festival terá shows e também área para para fotos; abaixo, à esquerda, estação de chope da cervejaria Heineken e, à direita, uma loja ‘pop up’ da companhia Natura em plena Cidade do Rock
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LUCAS TEIXEIRA/HEINEKEN
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