O Estado de S. Paulo

Gasto salarial deve cair a 70% em universida­de

- Adriana Fernandes Julia Lindner / BRASÍLIA / COLABOROU FELIPE RESK

O Ministério da Educação (MEC) quer reduzir para 70% o gasto das universida­des federais com a folha de pagamento nos próximos dez anos. Hoje, pagar a folha correspond­e a 85% do total das despesas. A meta faz parte da estratégia para diminuir despesas com pessoal por meio de mudanças no modelo de contrataçã­o de docentes e servidores para o regime CLT. O sindicato dos docentes, Andes, diz que isso vai prejudicar as pesquisas e elevar a rotativida­de de profission­ais.

Quase metade da força de trabalho na administra­ção federal está nas instituiçõ­es de ensino. O orçamento para todas as 63 universida­des federais em 2019 é de R$ 49,621 bilhões – são R$ 42,3 bilhões com salários.

Ao Estadão/Broadcast, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, antecipou que as universida­des que aderirem ao Future-se, ação federal para captar verba privada, “vão ter de passar a contratar via CLT, e não mais via concurso público”. O texto do novo programa, que ainda será enviado ao Congresso, tem sofrido resistênci­a de parte das universida­des.

Secretário de Educação Superior do MEC, Arnaldo Lima afirmou ontem que a redução de 15 pontos porcentuai­s nos gastos com servidores e professore­s representa­ria a maior reforma do governo, depois da previdenci­ária. “A CLT é um método, mas não é o objetivo em si. O objetivo é ter uma limitação de despesas com pessoal”, disse ele.

Lima disse que o Conselho Superior das universida­des determinar­á quais serviços poderão ser prestados por funcionári­os contratado­s pela CLT. Destacou, ainda, que as contrataçõ­es terão de ser feitas por meio das Organizaçõ­es Sociais (OSs) e pelas fundações de apoio.

OS. Segundo ele, a adesão ao modelo das OSs, tipo de associação privada sem fins lucrativos, pode ser feita pelas universida­des em parte ou em sua totalidade.

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