O mundo aos pés de Messi pela 6ª vez
Argentino leva prêmio de melhor da temporada e supera Cristiano Ronaldo; americana Rapinoe vence entre as mulheres
Em uma cerimônia de gala promovida pela Fifa na Itália, o argentino Lionel Messi foi eleito ontem pela sexta vez como o melhor do mundo. Assim, ele volta a conquistar o prêmio após uma lacuna de quatro anos e se isola como o maior vencedor do troféu entre os homens, com uma taça a mais que o português Cristiano Ronaldo, que surpreendeu o mundo ao se ausentar da premiação. A brasileira Marta já foi premiada seis vezes entre as mulheres.
Na premiação, Messi superou Cristiano Ronaldo, que joga na Juventus de Turim, e o zagueiro holandês Virgil Van Dijk, do Liverpool. “Na verdade, eu sempre digo que o prêmio individual é secundário, o mais importante é o coletivo. Mas hoje é especial para mim, tive a oportunidade de estar ao lado da minha mulher e de dois dos meus três filhos. O Thiago já veio aqui, mas era muito pequeno, e hoje vê-los ali não tem preço. São dois apaixonados por futebol, e estão adorando ver tantos jogadores aqui, não sabem se pedem autógrafos, estão tímidos e felizes com essa oportunidade. Por isso que eu digo que para mim é uma noite e um dia extraordinários... Muitíssimo obrigado a todos”, disse.
Messi esteve no topo do mundo em 2009, 2010, 2011, 2012, 2015 e agora em 2019. A temporada do argentino foi acima da média. Ele ajudou o Barcelona a conquistar o Campeonato Espanhol e foi o Chuteira de Ouro da Europa, com 36 gols no torneio. Também foi o artilheiro da Liga dos Campeões, com 12 gols.
Dono de cinco prêmios de melhor do mundo, o astro português Cristiano Ronaldo não compareceu ao evento – segundo o jornal espanhol Marca, o craque não foi a Milão por “incompatibilidade de agendas”, já que a Juventus enfrenta o Brescia hoje pelo Campeonato Italiano. Mas muitos jornalistas desconfiavam sobre o verdadeiro motivo da ausência – Cristiano Ronaldo também não foi ao evento no ano passado, quando o croata Luka Modric foi eleito o melhor da temporada.
Em recente entrevista a um programa britânico, o português afirmou que deseja terminar sua carreira com mais prêmios do que Messi, pois se acha “merecedor”. “Messi está na história do futebol, mas penso que devo ter seis, sete ou oito (prêmios) para ficar acima dele. Gostaria muito que isso acontecesse, mereço isso”, afirmou o jogador na ocasião.
Engajamento. A melhor jogadora do mundo na premiação Fifa The Best foi a americana Megan Rapinoe, campeã mundial com os Estados Unidos na Copa da França, disputada em junho. “Muito obrigada a todas as jogadoras com quem joguei no passado. Foi um ano incrível para o futebol, a Federação Francesa e a Fifa fizeram uma grande Copa, fazer parte disso foi indescritível”, disse.
Na Copa, Rapinoe se destacou também pela atuação engajada fora de campo. Ela criticou o presidente Donald Trump e afirmou que não iria à Casa Branca em caso de conquista do título, o que acabou se confirmando. Defensora da igualdade racial e de gênero, ela, que é abertamente gay, não canta o hino de seu país antes das partidas como forma de protesto. Em seu discurso, Rapinoe criticou o racismo e a homofobia.
“Uma das histórias que me inspiraram muito este ano foi de Raheem Sterling e Koulibaly. Eles fizeram grandes histórias no campo, mas a maneira como encararam o racismo este ano e provavelmente em toda a sua vida... A torcedora iraniana que colocou fogo no próprio corpo apenas por ter ido a um jogo, as jogadoras LGBT que lutam contra a homofobia. Se todo mundo se posicionasse contra o racismo como todas essas pessoas se posicionaram, se todos se posicionassem contra a homofobia como as jogadoras LGBT fazem para jogar futebol”, afirmou Rapinoe.
“Temos grandes oportunidades, temos grande sucesso, uma grande plataforma. Temos a oportunidade de usar esse jogo lindo para realmente mudar esse mundo para melhor”, afirmou a atacante.