O Estado de S. Paulo

Cristo, praia e carnaval

- FOTOS: THIAGO LASCO/ESTADÃO

Ela é abençoada por uma estátua do Cristo, instalada em um morro com vista panorâmica da cidade. E tem um carnaval de rua (aricafuerz­adelsol.cl) que é o maior do país e um dos mais importante­s da América Latina. Estamos falando do Rio de Janeiro? Não, trata-se de Arica, cidade de 200 mil habitantes que fica a apenas 18 km da fronteira do Chile com o Peru.

Arica cresceu e vive em função do mar. Tem praia e porto e seus antepassad­os, os chinchorro­s, viviam da pesca e deixaram ali um pouco de sua cultura. O clima é ameno durante todo o ano, com temperatur­as médias entre 17 e 25 graus, o que lhe rendeu o apelido de “Cidade da Eterna Primavera”.

Sem a mesma badalação de Viña del Mar, as praias de Arica são muito frequentad­as por bolivianos e peruanos. As vizinhas Las Machas e Chinchorro têm areia batida e escura e mar raso e frio; já El Laucho, em uma pequena enseada, tem bares de praia e um serviço mais caprichado.

Uma caminhada pela orla fica melhor com uma paradinha no Mr. Chiss (facebook.com/ mr.chiss), na Playa Chinchorro, que tem ceviches a preços bem mais em conta do que os encontrado­s em Santiago (e igualmente deliciosos).

City tour. No centro, o destaque é a Catedral San Marcos de Arica. Com estrutura de metal em estilo neogótico, foi construída em 1875 pelo francês Gustave Eiffel (sim, o mesmo da torre em Paris). Em frente à igreja, a Plaza Colón é o local certo para dar um tempo depois do jantar (que pode ser a poucos passos dali, no peruano Amaz), tomar a fresca e ver o movimento noturno.

Do outro lado da praça e da avenida costeira, o porto também vale uma olhada durante o dia. Barracas vendem peixes e frutos do mar fresquinho­s – há corvinas, congrios, tollos (peixes parentes dos tubarões) e jaibas, os caranguejo­s gigantes típicos da região. As sobras dos peixes fazem a festa de pelicanos e lobos-marinhos, que estão sempre à espreita e rendem ótimos cliques.

Nos fins de semana, uma lancha turística parte dali em passeios de 40 minutos (3 mil pesos ou R$ 18) até a foz do rio Lluta, onde é possível ver aves.

Dá para almoçar nessa região bem pouco. Duas picadas (restaurant­es simples), La Porteñita e Matarangi, servem menus do dia, com entrada, sopa, prato de peixe e bebida, por preços entre 4 mil pesos (R$ 23) e 6 mil pesos (R$ 35).

Se o céu estiver claro, não deixe de subir ao Morro de Arica no fim da tarde. A estátua do Cristo de la Paz, inaugurada no ano 2000, não tem lá a mesma presença do Cristo Redentor carioca, é verdade. Mas, do mirante a 130 metros de altura, dá para ver boa parte da cidade, o porto, a orla e o sol se pondo no Oceano Pacífico. A partir da Plaza Colón, são cinco minutos de carro (pelas ruas Rafael Sotomayor e Santo Domingo) ou 20 a pé (pelo caminho no final da rua Cristóbal Colón).

 ??  ?? Fim de tarde. Assistir ao sol se pôr no Oceano Pacífico do Morro de Arica é programa obrigatóri­o
Fim de tarde. Assistir ao sol se pôr no Oceano Pacífico do Morro de Arica é programa obrigatóri­o
 ??  ?? Locais. Lobos-marinhos e pelicanos circulam pelo porto
Locais. Lobos-marinhos e pelicanos circulam pelo porto

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil