Instituto Mauá de Tecnologia sai na frente com as novas diretrizes curriculares
Com investimento de R$ 30 milhões em estrutura e reformulação pedagógica, curso de Engenharia vira referência nas mudanças propostas pelo Conselho Nacional de Educação
Estudar Engenharia não é mais como antigamente. Para que a formação dos profissionais se torne mais dinâmica e interdisciplinar, o curso vem passando por uma grande reformulação. A mudança é baseada nas novas Diretrizes Curriculares Nacionais, homologadas em abril deste ano pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão vinculado ao Ministério da Educação.
As instituições terão até três anos para se adaptar, mas, em algumas escolas, essas mudanças já são realidade. É o caso do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), onde o debate em torno de um novo conceito de aprendizado ocorre desde 2012. “Isso nos posiciona como referência na adoção das novas diretrizes”, afirma Marcello Nitz, pró-reitor acadêmico do IMT.
Segundo Nitz, a transformação começou no próprio entendimento do que é o currículo de uma graduação como a de Engenharia. “É preciso desconstruir a ideia de que seja apenas uma grade de disciplinas. Trata-se de algo bem mais abrangente: um projeto pedagógico com múltiplas oportunidades de aprendizagem, inclusive fora da sala de aula convencional.”
As novas diretrizes buscam mexer justamente nesse ponto, tornando a formação menos pautada por conteúdos e mais focada nas competências que o profissional precisa desenvolver para o
mercado. “Ensinamos aos alunos como aplicar, na prática, tudo o que aprendem.”
Múltiplas experiências O IMT tem como objetivo continuar a desenvolver habilidades técnicas, mas também preparar o aluno para o empreendedorismo e a interação com outras aptidões.
Para isso, a instituição reduziu a carga horária de disciplinas convencionais e ampliou a participação em projetos especiais. Neles, os futuros engenheiros participam de atividades complementares à formação, integradas com outras áreas do IMT, como as de Design e de Administração.
“Colocamos os alunos em contato com realidades diversas”, explica o pró-reitor.
“Oferecemos, por semestre, mais de 200 projetos e atividades especiais para eles trabalharem, com foco em problemas reais e abertos. Alguns desafios são propostos por professores; outros, por profissionais do mercado especialmente contratados pra orientar e supervisionar os grupos de estudantes.”
Desenvolver competências socioemocionais é aspecto estratégico e fundamental para o IMT. Por isso, os alunos contam com uma unidade chamada Academia de Talentos, que oferece atendimento personalizado e oficinas de capacitação. “Muitas vezes o profissional é contratado por suas qualidades técnicas, mas é demitido por suas atitudes. Queremos nossos alunos bem preparados para
aproveitar as oportunidades do mercado."
Outro ponto de alinhamento com as mudanças propostas pelas novas diretrizes é a capacitação docente, que no caso do IMT é garantida por um programa interno de acompanhamento, treinamento e desenvolvimento das competências pedagógicas. Tudo isso vem acompanhado de uma nova infraestrutura. Mais de R$ 30 milhões foram investidos em reformas conceituais de laboratórios. “Esses espaços deixam de ser apenas locais para execução de roteiros de aula preestabelecidos e passam a ser ambientes muito bem equipados para experimentação e desenvolvimento de projetos integrados e multidisciplinares”, conclui Nitz.