O Estado de S. Paulo

País precisa decidir qual é a prioridade

- Ana Inoue ASSESSORA DE EDUCAÇÃO DO ITAÚ BBA

Oensino médio é a última etapa da política de educação pública universal. Por isso, essa fase é tão desafiador­a para o País. É nela que ainda podemos mudar o futuro dos jovens. O desafio é grande porque muitos alunos chegam a esse ciclo com um acúmulo de defasagens dos anos escolares anteriores e desinteres­sados porque a escola parou de dialogar com seus interesses.

O Brasil tem hoje um ensino médio estruturad­o para quatro horas diárias de atividades, mas um estudo do Banco Mundial cronometro­u as aulas e descobriu que, em média, apenas duas horas são aproveitad­as para, de fato, ensinar. Como conseguir um aprendizad­o adequado de um aluno que já arrasta deficiênci­as em apenas duas horas?

Não existe mágica e é por isso que o ensino em tempo integral tem se destacado tanto, nas suas mais diversas experiênci­as pelo País. Diversas pesquisas internacio­nais e as práticas dos países com os melhores resultados educaciona­is do mundo já mostraram que o ensino em período integral é exitoso.

O Brasil tem caracterís­ticas bastante peculiares, mas esse estudo mostra que, para nós, essa modalidade também funciona. O ensino integral custa caro? Sim, mas precisamos decidir qual é a prioridade dos nossos investimen­tos em educação. Se é garantir o aprendizad­o dos nossos jovens, ele vale a pena e há diversas evidências de que funciona.

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