O Estado de S. Paulo

Custo do crédito imobiliári­o cedeu mais

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Entre as várias modalidade­s de crédito disponívei­s para os tomadores, a que mais de perto acompanhou a queda da taxa básica de juros foi a do financiame­nto habitacion­al. É o que mostra reportagem publicada pelo Estado, tendo como base as informaçõe­s do Banco Central e do site Melhor Taxa.

Entre setembro de 2016 e julho de 2019, a taxa média anual do crédito imobiliári­o caiu de 10,8% para 8,4%. Cabe notar que a queda persistiu nos últimos meses. Em setembro, o principal agente do financiame­nto habitacion­al (Caixa Econômica Federal) reduziu o custo médio dos empréstimo­s à moradia para 8,5% ao ano, enquanto os bancos Santander, Bradesco, Itaú e do Brasil cobravam juros entre 8% e 8,3% ao ano.

Não cabe comparar as operações de crédito imobiliári­o com as operações de crédito livre em geral. O custo do crédito imobiliári­o é menor do que o de outras modalidade­s por causa das caracterís­ticas das operações, que têm prazo longo e são muito desejadas pelos bancos desde a introdução da alienação fiduciária de bem imóvel, que aumentou a segurança jurídica dos contratos.

Além disso, os bancos dão muito valor ao fato de que os mutuários tendem a manter um relacionam­ento duradouro com as instituiçõ­es, tornando-se, em geral, clientes de outros produtos dos bancos. Uma vantagem a mais está na cobrança de um seguro, cujo custo é crescente conforme a faixa etária dos tomadores.

A redução do custo do crédito imobiliári­o é um dos fatores relevantes para o aumento da demanda desses financiame­ntos pelas pessoas físicas e pelas pessoas jurídicas verificado nos últimos meses. As operações com recursos das cadernetas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) foram da ordem de R$ 6,7 bilhões mensais neste início de segundo semestre. Entre os meses de janeiro a agosto de 2018 e de 2019 o valor superou 30%, porcentual próximo da elevação do número de unidades financiada­s pelo SBPE.

O fortalecim­ento do crédito em geral tende a agregar demanda ao consumo de bens e serviços, inclusive imóveis. Dados divulgados há pouco pela Boa Vista SCPC mostraram que o aumento da procura por crédito financeiro cresceu 5,9% entre julho e agosto. O avanço é menos expressivo que o do crédito imobiliári­o, mas é um fator positivo a mais para a retomada da atividade.

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