O Estado de S. Paulo

País cria 121 mil vagas formais em agosto

Resultado, puxado por serviços e comércio, foi o melhor obtido para o mês desde 2013

- Eduardo Rodrigues / BRASÍLIA / COLABOROU IANDER PORCELLA

Pelo quinto mês consecutiv­o, o mercado de trabalho registrou saldo positivo no número de vagas com carteira assinada, segundo dados oficiais. Foram criados 121.387 empregos formais em agosto, o melhor resultado para o mês desde 2013. No acumulado do ano, o saldo é positivo em 593.467 vagas.

O mercado de trabalho registrou abertura de vagas com carteira assinada pelo quinto mês consecutiv­o. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged) divulgados ontem pelo Ministério da Economia, foram criados 121.387 empregos formais em agosto, o melhor resultado para o mês desde 2013.

O total foi melhor que mediana das expectativ­as do mercado que, segundo o Projeções Broadcast, era positiva em 98.881 vagas. O dado também superou o desempenho do mesmo mês do ano passado, quando houve abertura de 110.431 postos de trabalho.

O saldo de agosto decorre de 1,382 milhão de admissões e 1,261 milhão de demissões. O resultado positivo no mês foi puxado pelo setor de serviços, que gerou 61.730 postos formais, principalm­ente nos segmentos de ensino e administra­ção de imóveis. O segundo melhor resultado foi do comércio, que abriu 23.626 vagas de trabalho, sendo quase todas no varejo.

Também tiveram saldo positivo no mês a indústria de transforma­ção (19.517 postos), com

Saldo positivo • 1,382 milhão de pessoas foram admitidas em agosto, segundo o Caged 1,261 milhão de pessoas foram demitidas

destaque para o beneficiam­ento de alimentos e bebidas, e a construção civil (17.306 postos), impulsiona­da pela construção de edifícios. Na sequência, aparecem a administra­ção pública (1.391 postos) e o setor de extração mineral (1.235 postos).

Já a agricultur­a fechou 3.341 vagas em agosto, devido às demissões líquidas no cultivo do café, enquanto os serviços industriai­s de utilidade pública tiveram fechamento líquido de 77 vagas no mês.

Nota. “Na condição de indicador antecedent­e, o Caged sinaliza a recuperaçã­o gradativa do emprego e do cresciment­o econômico, após um primeiro semestre repleto de desafios. Na nossa perspectiv­a, a construção civil é o melhor exemplo da consistênc­ia da retomada, com cinco meses consecutiv­os de saldos positivos de emprego”, avaliou, em nota, o secretário de Trabalho do Ministério da Economia, Bruno Dalcolmo.

No acumulado de janeiro a agosto de 2019, o saldo do Caged foi positivo em 593.467 vagas, o melhor desempenho para o período desde 2014, quando a abertura de vagas chegou a 751.456. No mesmo período do ano passado a criação de vagas era de 568.551. Já em 12 meses até agosto, houve abertura de 530.396 postos de trabalho.

Na avaliação da economista da 4E Consultori­a Giulia Coelho os resultados do Caged podem indicar uma retomada da confiança dos agentes econômicos: “O dado veio acima das nossas expectativ­as e acredito que melhor também que as projeções de todo mundo. Os dados do Caged estão muito voláteis, então é difícil dizer com certeza que tem uma retomada do mercado, mas é um sinal positivo”.

“Temos percebido um otimismo. Quando a gente compara com 2018, o mercado de trabalho está mais robusto, e deve ter um ganho de robustez no segundo semestre, com a liberação dos saques do FGTS”, completou a economista.

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