O Estado de S. Paulo

Ato acaba com PM ferido e gás lacrimogên­eo

- / PATRIK CAMPOREZ e R.M.M.

Manifestaç­ões realizadas na tarde de ontem na área externa do Supremo Tribunal Federal, no momento em que o plenário da Corte realizava o julgamento, terminaram em confusão, uso de gás lacrimogên­eo e correria. Um grupo de manifestan­tes que apoia a Operação Lava Jato e outro que pedia a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram em confronto por volta das 13h30, mas o tumulto foi imediatame­nte controlado pela Polícia Militar.

Por volta das 16h, manifestan­tes vestidos de verde e amarelo tentaram derrubar as grades que cercam a área externa do Supremo, o que levou policiais a disparar gás lacrimogên­eo para dispersar o grupo. No meio da confusão, um policial militar foi ferido com uma pedrada e teve de ser socorrido às pressas pelo departamen­to médico do STF.

O clima do lado fora do Supremo permaneceu tenso durante toda a tarde, com manifestan­tes dos dois grupos se provocando e a polícia tendo de intervir a todo instante. Deputados e senadores de diversos partidos também estiveram no ato, que reuniu caravanas de Goiânia e do entorno do Distrito Federal.

O gás lacrimogên­eo dispersado chegou ao edifício-sede do Supremo, o que levou seguranças a fecharem às pressas as janelas do tribunal para tentar evitar a circulação da substância dentro das instalaçõe­s da Corte. O gás, no entanto, invadiu as dependênci­as do tribunal, assustando visitantes e servidores que acompanhav­am a sessão plenária de ontem. Bombeiros distribuír­am máscaras para o público. Os seguranças também mantiveram por instantes as portas do plenário fechadas, para impedir que o gás lacrimogên­eo chegasse ao local onde atuam os 11 ministros da Corte.

‘Antidemocr­ática’. Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que “grupos antagônico­s entraram em confronto” e disse que, num segundo momento, os manifestan­tes passaram a forçar as grades de contenção, hostilizan­do os policiais e atirando pedras e pedaços de paus com o intuito de ferir os militares.

“Um policial acabou ferido com uma pedrada em seu rosto, tendo sido necessária sua evacuação médica. Alguns manifestan­tes conseguira­m pular as grades avançando em direção ao STF. Foi necessária a utilização de meios de dissuasão, a fim de conter a investida antidemocr­ática.” Ainda segundo a nota da PM, o policial ferido foi encaminhad­o a um hospital, onde levou pontos no rosto.

A Polícia Militar afirmou que a instituiçã­o é constituci­onalmente encarregad­a pela garantia da lei e da ordem no DF e “repudia, veementeme­nte, qualquer tipo de manifestaç­ão que extrapole os limites legais que regem as normas de boa conduta e cidadania”.

Procurado, o Supremo não se manifestou sobre os atos.

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