Ato acaba com PM ferido e gás lacrimogêneo
Manifestações realizadas na tarde de ontem na área externa do Supremo Tribunal Federal, no momento em que o plenário da Corte realizava o julgamento, terminaram em confusão, uso de gás lacrimogêneo e correria. Um grupo de manifestantes que apoia a Operação Lava Jato e outro que pedia a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram em confronto por volta das 13h30, mas o tumulto foi imediatamente controlado pela Polícia Militar.
Por volta das 16h, manifestantes vestidos de verde e amarelo tentaram derrubar as grades que cercam a área externa do Supremo, o que levou policiais a disparar gás lacrimogêneo para dispersar o grupo. No meio da confusão, um policial militar foi ferido com uma pedrada e teve de ser socorrido às pressas pelo departamento médico do STF.
O clima do lado fora do Supremo permaneceu tenso durante toda a tarde, com manifestantes dos dois grupos se provocando e a polícia tendo de intervir a todo instante. Deputados e senadores de diversos partidos também estiveram no ato, que reuniu caravanas de Goiânia e do entorno do Distrito Federal.
O gás lacrimogêneo dispersado chegou ao edifício-sede do Supremo, o que levou seguranças a fecharem às pressas as janelas do tribunal para tentar evitar a circulação da substância dentro das instalações da Corte. O gás, no entanto, invadiu as dependências do tribunal, assustando visitantes e servidores que acompanhavam a sessão plenária de ontem. Bombeiros distribuíram máscaras para o público. Os seguranças também mantiveram por instantes as portas do plenário fechadas, para impedir que o gás lacrimogêneo chegasse ao local onde atuam os 11 ministros da Corte.
‘Antidemocrática’. Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal afirmou que “grupos antagônicos entraram em confronto” e disse que, num segundo momento, os manifestantes passaram a forçar as grades de contenção, hostilizando os policiais e atirando pedras e pedaços de paus com o intuito de ferir os militares.
“Um policial acabou ferido com uma pedrada em seu rosto, tendo sido necessária sua evacuação médica. Alguns manifestantes conseguiram pular as grades avançando em direção ao STF. Foi necessária a utilização de meios de dissuasão, a fim de conter a investida antidemocrática.” Ainda segundo a nota da PM, o policial ferido foi encaminhado a um hospital, onde levou pontos no rosto.
A Polícia Militar afirmou que a instituição é constitucionalmente encarregada pela garantia da lei e da ordem no DF e “repudia, veementemente, qualquer tipo de manifestação que extrapole os limites legais que regem as normas de boa conduta e cidadania”.
Procurado, o Supremo não se manifestou sobre os atos.