O Estado de S. Paulo

MINISTRO BATE BOCA DE NOVO NA CÂMARA

Guedes discute e sessão é encerrada 4 horas antes

- / L.R. e I.T.

Opavio curto do ministro da Economia, Paulo Guedes, ficou evidente mais uma vez ontem na Comissão Mista de Orçamento, quando a audiência foi encerrada após o ministro bater boca com parlamenta­res de oposição.

Como em encontros anteriores, Guedes se irritou quando as perguntas dirigidas a ele ganharam tom pessoal.

O deputado Glauber Braga (Psol-RJ) questionou o ministro sobre investimen­tos dele na educação privada. Guedes subiu o tom quando, ao tentar responder, foi interrompi­do por Braga. “É minha vez de falar, não estou aqui para conversar sobre minhas finanças pessoais, estou aqui para falar sobre orçamento público. Estou aqui para ser respeitado.”

A sessão foi encerrada com duas horas e meia de duração, por volta das 17h, muito antes do previsto na agenda de Guedes, que esperava o encerramen­to da audiência para as 21h.

Não foi a primeira vez que a participaç­ão do ministro no Congresso terminou em bateboca e confusão. O embate mais famoso foi o do “tchutchuca x tigrão”, em abril, na Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) da Câmara.

O ministro caiu na provocação do deputado Zeca Dirceu (PT-PR) que o acusou de ser “tigrão” com os aposentado­s, idosos de baixa renda e agricultor­es, mas “tchutchuca” com privilegia­dos do Brasil. “Tchutchuca é a mãe, é a avó, respeita as pessoas”, respondeu Guedes.

Em maio, o ministro perdeu o controle na Comissão Especial da reforma da Previdênci­a. Guedes reagiu ao ser emparedado por opositores que o questionav­am sobre investimen­tos com recursos de fundos de pensão sob sua gestão. “Depois de seis horas (da tarde), a baixaria começa. É o padrão da Casa, ofensa, ataque”, disparou. “Se eu ‘googlar’ dinheiro na cueca vai aparecer coisa”, disparou, em referência ao episódio em que um assessor do petista José Guimarães foi pego com dólares na cueca.

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