Sem concorrência
Assim como nossa antiga presidenta, Dilma Rousseff, que domava ventos e colheu tempestades, o presidente Jair Bolsonaro também tem das suas no uso do vernáculo. Não podemos dizer que simpatia seja o forte de ambos. Ela adulou países africanos, caribenhos e alguns asiáticos. Varias embaixadas foram criadas no intuito de que o Brasil se tornasse influente player mundial. Capitaneado pelo diplomata Celso Amorim, isso redundou em nada de prático. Muito oneroso, sim, já que o governo avalizou vários empréstimos não pagos por esses países, além do gasto inútil de tais embaixadas. Na verdade, somos um país cujas lideranças entendem ser autossuficiente: não precisamos nem de concorrência nem concorrer. Nossas embaixadas, que poderiam ser polos subsidiários do País na busca e promoção de negócios, tornaram-se peças burocráticas administrativas. Só em ocasiões polêmicas ou em catástrofes somos notícia no mundo. Não será um discurso agressivo de Bolsonaro que vai afetar seja o que for. A desindustrialização do País começa com nossa própria incapacidade de enxergar mudanças por não sabermos concorrer. Já vimos esse filme. Collor quase acabou com a indústria têxtil paulista ao baixar alíquotas de importação. Ideologia não impacta negócios se obedecer a um plano estratégico de longo prazo. A China que o diga. SERGIO HOLL LARA jrmholl.idt@terra.com.br Indaiatuba