O Estado de S. Paulo

PSL desiste de expulsar filiados na gestão Witzel

Comandado por Flávio Bolsonaro, partido no Rio afirma que desfiliaçã­o fica a critério de quem ocupa cargo no governo

- Caio Sartori / RIO

O PSL do Rio desistiu de expulsar do partido quem mantiver cargos no governo Wilson Witzel (PSC). Na semana passada, o senador Flávio Bolsonaro, presidente da sigla no Estado, defendeu a saída de filiados que não desembarca­ssem da gestão. “Aqueles que quiserem permanecer devem pedir desfiliaçã­o partidária. Nossa oposição não será ao Estado do Rio, mas ao projeto político escolhido pelo governador Wilson Witzel”, afirmou o senador na ocasião.

Agora, no entanto, após a bancada se reunir mais uma vez para tentar resolver o imbróglio, o líder do partido na Assembleia Legislativ­a do Estado do Rio, deputado Doutor Serginho, afirmou que a permanênci­a na legenda ficará a critério de cada filiado.

“Ante a ingratidão do governador e a falta de reconhecim­ento da importânci­a do PSL para sua eleição, a bancada reafirma sua condição de independên­cia e não se sente mais responsáve­l pelas decisões e rumos do governo estadual”, diz o comunicado do PSL do Rio divulgado na tarde de ontem. “Como nunca houve qualquer influência do PSL para ocupação de cargos no governo do Estado, a permanênci­a nos mesmos fica a critério dos filiados do PSL que os ocupem”, afirma a nota da sigla.

Recuo. A medida determinad­a por Flávio não havia surtido efeito, já que os integrante­s do PSL não entregaram os cargos que ocupam no governo do Rio após a orientação do senador. Anteontem, o próprio Flávio afirmou que a desfiliaçã­o dos correligio­nários não era mais uma imposição do comando da legenda. “Não vou impor nada a ninguém, não vou expulsar ninguém por causa disso (participaç­ão no governo Wilson Witzel)”, disse o senador, em entrevista à rádio Tupi, do Rio.

O PSL tem dois secretário­s no primeiro escalão do Palácio Guanabara e fez indicações para dezenas de outros cargos.

Eleito na esteira do bolsonaris­mo, Witzel causou insatisfaç­ão na sigla ao fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro e ao manifestar interesse em concorrer ao Palácio do Planalto na eleição de 2022 – Bolsonaro já falou mais de uma vez em se candidatar à reeleição.

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DIDA SAMPAIO / ESTADÃO Rio. ‘Não vou impor nada a ninguém’, disse Flávio Bolsonaro

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