O Estado de S. Paulo

‘DNA do São Paulo tem muito a ver comigo’

Brasileirã­o. Fernando Diniz lembra fases vencedoras do clube e diz realizar um sonho

- Guilherme Amaro

Fernando Diniz iniciou ontem sua trajetória no São Paulo resgatando o passado do clube. Ele se apresentou ao elenco pela manhã, comandou treino fechado no CT da Barra Funda e concedeu entrevista antes da viagem ao Rio de Janeiro, onde hoje a equipe enfrentará o Flamengo, no Maracanã – Diniz já estará à frente do time. Ao lado do diretor executivo de futebol, Raí, o técnico disse que assumir o São Paulo é o auge da sua carreira.

“Me sinto honrado, é um sonho realizado trabalhar em um dos maiores times do mundo, tricampeão mundial. Só isso já diz muito sobre o São Paulo, passando pelo momento mágico do Telê Santana, dos ‘Menudos’, dos Mundiais do (Paulo) Autuori e do próprio Raí, do Muricy (Ramalho)... Todos sabem que meu trabalho é tirar o melhor dos jogadores, que eles se sintam encorajado­s. O DNA do São Paulo tem muito a ver comigo. A ideia é fazer o São Paulo forte para conquistar títulos”, afirmou Diniz, contratado pelo regime de CLT.

O treinador deixou o Fluminense, demitido, há pouco mais de um mês. E está confiante em realizar um bom trabalho naquela que considera a maior oportunida­de de sua carreira. “Certamente (é seu maior desafio). Minha carreira está evoluindo, vinha de Athletico-PR e Fluminense e agora é o auge da minha profissão. Espero correspond­er às expectativ­as de todos e à minha própria também. Que o time cative o torcedor jogando de uma maneira bonita”, acrescento­u o treinador.

Ele disse que não fará muitas mudanças no time para o confronto contra o líder do campeonato, hoje, às 19 horas, no Maracanã. Diniz apenas um treino com seus novos jogadores.

“Procuramos mexer o mínimo possível na equipe. Vou colocando aos poucos o que penso sobre futebol. Até porque o jogo é amanhã (hoje). É procurar conversar, passar vídeos para eles e levar um time forte e determinad­o para o Rio”, disse Diniz, que planeja implantar de forma gradativa sua filosofia de jogo, com valorizaçã­o da posse de bola e troca de passes desde o sistema defensivo.

“Não vou chegar e mudar tudo o que estava sendo feito. O Cuca é um grande treinador e sucedeu o André Jardine, outro grande técnico”, afirmou. “Vou adaptando os conceitos. A maneira de jogar não é teimosia minha, é o que me fez estar aqui no São Paulo. Venho melhorando com o tempo, evoluí no Athletico-PR e no Fluminense.”

Consenso. Antes de Diniz se apresentar e responder a perguntas dos jornalista­s, Raí pediu a palavra e contou como foi a escolha do treinador. Cuca havia pedido demissão na última quinta-feira, horas antes de Diniz ser anunciado como substituto para o cargo. “Estamos muito felizes com a chegada do Fernando Diniz, é um nome admirado, foi um consenso nessa conversa que tivemos. Consultamo­s pessoas que trabalhara­m com o Fernando, com lideranças nossas também. Cada conversa levava a ter mais certeza da decisão”, afirmou Raí.

De acordo com ele, todos na diretoria do São Paulo estão otimistas com o novo contratado. “O Fernando dispensa comentário­s, é muito consistent­e, tem uma filosofia que foi muito debatida entre a gente. Temos um grupo que se encaixa com esse tipo de filosofia de propor o jogo. Temos convicção de que o Diniz tem capacidade de envolver todos nessa filosofia.”

Com a chegada de Diniz, o coordenado­r técnico Vagner Mancini pediu demissão na noite de quinta-feira. Ele alegou que queria deixar o novo treinador e a diretoria à vontade.

Enquete no Portal Estadão apontava, às 19h de ontem, que 58% dos torcedores acreditam que o São Paulo errou ao contratar Diniz; para 42%, o clube tomou a decisão acertada.

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FELIPE RAU/ESTADAO Ambição. Diniz vê chegada ao Morumbi como evolução profission­al: ‘Ideia é fazer o São Paulo forte para conquistar títulos’

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