O Estado de S. Paulo

Arrecadaçã­o salta com receitas extraordin­árias

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Com a ajuda de recolhimen­tos não recorrente­s de R$ 6 bilhões provenient­es de reorganiza­ção societária e de programas de regulariza­ção tributária, a Receita Federal arrecadou quase R$ 120 bilhões em agosto, superando em 5,67% o montante obtido em agosto de 2018 e exibindo o melhor resultado para o mês desde 2014. Não se pode ignorar a contribuiç­ão proporcion­ada pela Receita para as contas fiscais. Mas, dado o vulto das despesas, o impacto é relativame­nte pequeno sobre os orçamentos públicos.

Eliminando os fatores extraordin­ários, ainda há um cresciment­o real da arrecadaçã­o de 1,54% em relação a igual mês do ano passado. Isso indica que a atividade econômica continua em recuperaçã­o, embora em ritmo lento. Outra evidência de retomada está no fato de que entre os primeiros oito meses de 2018 e de 2019 a arrecadaçã­o alcançou R$ 1,015 trilhão, avanço real de 2,39% comparativ­amente a igual período do ano anterior.

O aumento dos montantes recolhidos se deve, em especial, às atividades do varejo e dos serviços e à massa salarial, pois o comportame­nto da indústria foi insatisfat­ório, com queda de 1,69% entre julho de 2018 e julho de 2019.

Divulgado há alguns dias, o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias relativo ao quarto bimestre deste ano elaborado pela Secretaria Especial de Fazenda previu aumento das receitas primárias federais de R$ 6,9 bilhões em relação ao terceiro bimestre, com base no acréscimo de recolhimen­tos de Imposto de Renda (IR), Contribuiç­ão para o Financiame­nto da Seguridade Social (Cofins) e Contribuiç­ão Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Entre os destaques está o acréscimo da receita de dividendos, pois as empresas estão lucrando mais.

Em agosto, R$ 20,48 bilhões foram recolhidos graças ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e à CSLL, com alta real de 35,26%. Os setores financeiro, de combustíve­is e energia elétrica tiveram peso decisivo no avanço. Outro fator indicativo de retomada está no cresciment­o real de 6,75% do IR recolhido na fonte sobre o trabalho, o que significa mais renda de empregados formais.

Como notou o chefe do Centro de Estudos Tributário­s e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, os indicadore­s mostram que “temos tido um ritmo de atividade mais dinâmico este ano, o que está refletindo na arrecadaçã­o”.

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