Caixa do governo tem rombo de R$ 16,85 bi, no mês de agosto
Resultado havia sido negativo em R$ 19,65 bi em agosto de 2018; de janeiro a agosto, o déficit foi de R$ 52,12 bi
Mesmo com os investimentos federais estagnados em níveis baixos, o caixa do governo registrou um rombo de R$ 16,85 bilhões em agosto. O resultado reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central. Em agosto de 2018, o resultado havia sido negativo em R$ 19,657 bilhões.
Se as despesas do governo superam as receitas com impostos e contribuições, o resultado é deficitário. Quando acontece o contrário, há superávit. O conceito primário não engloba os gastos com juros da dívida pública.
De janeiro a agosto, o resultado ficou negativo em R$ 52,12 bilhões. Em igual período do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em R$ 58,74 bilhões. Nos últimos 12 meses, o governo central apresentou um déficit de R$ 115,2 bilhões – equivalente a 1,61% do PIB.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, avaliou que o déficit menor em comparação os oito primeiros meses do ano passado é positivo, sobretudo porque o governo teve receitas extras em 2018, como a venda do fundo soberano.
“O déficit menor no acumulado do ano é uma notícia positiva, mas com cuidado. Enquanto o País tiver déficit não dá para comemorar nada. Esse é o sétimo ano seguido de déficit primário. A situação permanece ruim e ainda temos um ajuste fiscal a ser feito”, afirmou.
Para o economista da Go Associados, Alexandre Lohmann, a surpresa do resultado de agosto foi a despesa, que registrou queda real (descontada a inflação do período) de 4,3% em relação a agosto do ano passado. “Esse resultado é um pouquinho melhor do que a expectativa do mercado.”
O economista ressaltou, no entanto, que essa diferença se deve ao valor de R$ 1,7 bilhão gasto em agosto de 2018 pelo governo central com o fundo eleitoral. Ele cita também reduções nas despesas com pagamento de abono salarial e seguro desemprego. Lohmann chama a atenção ainda para a queda de 11,8% nas despesas discricionárias (que não são de pagamento obrigatório) em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, citando cortes na área de educação e nos investimentos públicos. /