O Estado de S. Paulo

Weg faz parceria para transforma­r motores

Fabricante se alia à FuelTech para tornar modelos à combustão em elétricos e oferecer serviços a carros de passeio e competição

- Guilherme Guerra

A fabricante de motores WEG fará uma parceria com a gaúcha FuelTech, especializ­ada em injeção eletrônica de veículos, para converter motores de combustão em motores elétricos. A iniciativa será voltada a veículos de competição e passeio e kits com diversos níveis de potência devem ser vendidos para o cliente. Valores e data de lançamento não foram divulgados.

O processo de conversão elétrica faz com que automóveis movidos a diesel tenham peças substituíd­as e circulem com baterias recarregáv­eis, em vez de gasolina ou álcool. A vantagem é a redução de danos ao meio ambiente.

Companhias do setor automobilí­stico produzem carros inteiramen­te elétricos, mas os custos do automóvel e de manutenção estão muito acima dos modelos atuais. No entanto, a tendência é que esses veículos se tornem mais populares.

“Com o movimento da eletrifica­ção, existe no Brasil um nicho a ser explorado”, afirma Manfred Peter Johann, diretor superinten­dente da WEG Automação. A parceria não mudará o principal negócio da catarinens­e, que trabalha sobretudo com veículos pesados. Isso porque ainda é um aceno a um negócio ainda incipiente. “Esse mercado de conversão de automóveis pode surgir com o tempo”, diz.

Anderson Frederico Dick, diretor geral da FuelTech, conta que a eletrifica­ção deve ganhar relevância nos próximos anos. “A gente está diante da maior revolução da indústria automobilí­stica e a gente vê como isso está impactando o mundo”, diz.

A FuelTech ficará responsáve­l pela montagem do equipament­o nas mil oficinas mecânicas especializ­adas da empresa espalhadas pelo mundo. A WEG fará a produção dos inversores de sistemas auxiliares e do Powertrain, motor elétrico já utilizado em uma colaboraçã­o com ônibus e caminhões da Volkswagen e em aviões de pequeno porte monomotor da Embraer.

Para o professor de Engenharia Mecânica da Escola Politécnic­a da Universida­de de São Paulo Marcelo Alves, a conversão tem maior potencial de cresciment­o no mercado de veículos de coleção, já que a substituiç­ão dos motores vale o custo-benefício para donos de modelos antigos que querem continuar circulando nas cidades.

“É um nicho de mercado que pode explodir, assim como foi a conversão de GNV (Gás Natural

Veicular)”, diz Fabio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). Com poucas empresas no mercado, ele cita o sucesso da california­na EV West, que vende kits de conversão para modelos clássicos por preços de US$ 7 mil a US$ 16 mil, assim como peças avulsas dos mais variados valores e tipos. No Brasil, segundo ele, não há nenhuma solução do tipo até agora.

“A conversão de carros movidos a energia elétrica é um nicho de mercado que pode explodir, do mesmo modo que aconteceu com a conversão de GNV (Gás Natural Veicular).”

Fabio Delatore

Professor de Engenharia Elétrica da

Faculdade de Engenharia Industrial (FEI)

 ?? JONNE RORIZ/ESTADÃO–9/2/2011 ?? Nicho. Negócio principal da Weg ainda são grandes motores
JONNE RORIZ/ESTADÃO–9/2/2011 Nicho. Negócio principal da Weg ainda são grandes motores

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil