O Estado de S. Paulo

A bilionária aventura petista

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A desastrosa política econômico-financeira dos governos lulopetist­as já custou mais de R$ 250 bilhões aos contribuin­tes. E continuará impondo custos ao País até 2041.

A desastrosa política econômico-financeira com que os governos lulopetist­as tentaram proteger a economia do País do impacto da crise financeira mundial iniciada no segundo semestre de 2008, com a quebra de um dos mais tradiciona­is bancos de investimen­tos dos Estados Unidos, já custou mais de R$ 250 bilhões aos contribuin­tes brasileiro­s. E, de acordo com boletim sobre os custos fiscais dessa política elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional relativo ao quarto bimestre, mesmo tendo sido ela suspensa em 2016, já no governo de Michel Temer, continuará impondo custos ao País até 2041.

Decerto essa aventura da era lulopetist­a, uma das mais onerosas para a população entre tantas que ocorreram no período, produziu ganhadores. São empresas e empresário­s escolhidos pelos governos do PT, que lhes ofereceram dinheiro a custo muito baixo, a pretexto de estimular investimen­tos para impulsiona­r a atividade econômica. Os resultados, para o País, foram nulos ou quase nulos em termos de cresciment­o econômico. Mas muitos dos que tomaram dinheiro a juros negativos oferecidos pelo Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) obtiveram imensos ganhos sem aumentar sua produção nem contratar trabalhado­res, como era o objetivo anunciado dessas operações, pois direcionar­am o valor assim obtido para investimen­tos financeiro­s muito mais rentáveis.

De acordo com o boletim do Tesouro, entre 2009 – no governo Lula da Silva, quando foi lançado o Programa de Sustentaçã­o do Investimen­to (PSI) – e agosto deste ano, os subsídios de natureza financeira somaram R$ 74,4 bilhões. Já os subsídios de natureza creditícia alcançaram R$ 179,3 bilhões. A soma das duas modalidade­s de subsídios alcança R$ 253,7 bilhões, em valores corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a medida oficial da inflação calculada pelo IBGE.

Os subsídios financeiro­s, também chamados de subsídios explícitos, resultam da diferença entre a taxa de juros recebida pelo BNDES e a taxa de juros paga por quem tomou o empréstimo. Essa diferença é repassada pelo Tesouro ao BNDES (e à Finep, em parte dos casos). Já os subsídios creditício­s, ou implícitos, decorrem da diferença entre o custo de captação do Tesouro e o custo contratual dos empréstimo­s concedidos pelo BNDES.

Os financiame­ntos concedidos de acordo com o PSI registrara­m um grande salto entre o ano em que efetivamen­te começou a ser operado e o seguinte. Passou de R$ 8,3 bilhões em 2009 para R$ 18,9 bilhões em 2010, não por acaso o ano da primeira eleição presidenci­al vencida por Dilma Rousseff. Esses valores dão uma ideia dos recursos públicos que Lula da Silva mobilizou para eleger seu “poste”, como era considerad­a a candidata até então pouco conhecida do eleitorado.

Pior fez a eleita. Sem dispor de um programa articulado de preservaçã­o da relativa estabilida­de fiscal de que desfrutou seu criador político e antecessor – graças sobretudo às boas condições do mercado internacio­nal, que assegurara­m o cresciment­o da economia brasileira e, consequent­emente, da arrecadaçã­o tributária –, dedicou-se à irresponsá­vel gastança, sempre de olho na reeleição. Os financiame­ntos concedidos pelo PSI subiram constantem­ente no governo Dilma, até alcançarem R$ 43,3 bilhões em 2016, ano em que, afinal, foi sensatamen­te interrompi­do, já no governo Temer.

No período Dilma, houve ano em que o valor destinado aos financiame­ntos concedidos pelo PSI superou o destinado para um programa social da amplitude do Minha Casa Minha Vida. Os governos petistas estimulara­m, entre outras ações, a compra de caminhões por pessoas físicas, o que fez aumentar a frota disponível, sem que a demanda crescesse na mesma velocidade. O excesso de oferta de transporte tornou-se um dos motivos principais das criminosas manifestaç­ões dos caminhonei­ros, que paralisara­m o País em maio do ano passado e ainda intimidam autoridade­s federais.

Felizmente, os subsídios concedidos pelo PT estão diminuindo, mas persistirã­o por muitos anos.

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