Covas amplia zeladoria para ano eleitoral
O prefeito Bruno Covas (PSDB) quer dobrar os gastos da Prefeitura de São Paulo com ações de zeladoria urbana em 2020, ano em que tentará a reeleição. A Prefeitura prevê desembolsar cerca de R$ 3 bilhões em serviços como recapeamento, calçadas, tapa-buracos, poda de árvore e limpeza de áreas verdes, ante R$ 1,5 bilhão previsto para este ano. A área é tida no primeiro escalão como essencial para garantir aprovação à atual gestão municipal.
O valor está na projeto da Lei Orçamentária Anual enviada pelo prefeito à Câmara Municipal ontem, último dia do prazo previsto em lei. Os valores serão agora discutidos pelos vereadores e em audiências públicas. O Legislativo tem de aprovar o texto até o fim do ano.
Dos R$ 3 bilhões previstos para zeladoria, R$ 1,2 bilhão irá para o recapeamento de vias. Quando o antecessor de Covas, João Doria (PSDB), lançou o programa Asfalto Novo, em 2017, a previsão de gastos para aquele ano era de R$ 350 milhões.
Covas prevê fazer investimentos de R$ 7,4 bilhões ao longo de 2020. Para comparar, até sexta-feira passada, a Prefeitura havia empenhado (autorizado o gasto de) R$ 2,3 bilhões. A previsão de investimentos este ano era de R$ 5,4 bilhões.
Projetos. Entre as obras que Covas pretende entregar, estão os hospitais de Brasilândia, na zona norte, e de M’Boi Mirim (aberto parcialmente, na zona sul). Há ainda a entrega de oito Centros de Educação Unificados (CEUs), obras que o então prefeito Fernando Haddad (PT) começou, mas não terminou.
O orçamento apresentado pelo prefeito também prevê aumento de 7,25% na arrecadação de impostos. No caso do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a estimativa de acréscimo de receitas é de 7,7%.
Outro ponto sensível é a tarifa de ônibus. No orçamento, Covas reservou R$ 2,7 bilhões para os subsídios à tarifa do transporte público – 10% a menos do que o valor para o orçamento deste ano. O prefeito não descartou reajustar a tarifa em 2020. “O aumento da passagem não está decidido e, até dezembro, a gente deve tomar uma decisão com o governo do Estado.”