O Estado de S. Paulo

Ecoagro espera R$ 10 bi em CRAs verdes de usinas

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AEcoagro, empresa securitiza­dora que estrutura instrument­os de investimen­to a partir de recebíveis, vê com otimismo o mercado de Certificad­os de Recebíveis do Agronegóci­o (CRA) com selo "verde", o que significa que os recursos têm como destino projetos ambientalm­ente responsáve­is. A securitiza­dora estima um total de R$ 10 bilhões em CRAs em dois anos somente de usinas de açúcar e álcool. Depois de três anos da primeira emissão de CRA verde, feita pela Suzano, uma segunda operação de R$ 200 milhões deve desembarca­r no mercado no final de outubro. O CRA é isento de imposto de renda para o investidor e tem atraído muitas pessoas físicas. No acumulado deste ano, já foram emitidos um total de cerca de R$ 40 bilhões desses papéis. » Tese. A Ecoagro tem visto potencial no segmento sucroalcoo­leiro, que encontra opções caras de financiame­nto para girar suas operações. Somente na produção de etanol, a estimativa de gastos está em cerca de R$ 60 bilhões anuais.

» Quebra de paradigma. Não só no segmento de açúcar e álcool, mas os investimen­tos com propósito de responsabi­lidade ambiental, de modo geral, têm um pool crescente de interessad­os. A Climate Bonds Iniciative (CBI), certificad­ora global de títulos verdes, tem observado demanda maior dos investidor­es por emissões desses papéis em comparação aos títulos de dívida tradiciona­is. Segundo o CBI, globalment­e, a demanda por títulos verdes tem superado em cerca de 5 vezes, em média, a oferta. No caso brasileiro, essa relação chega a superar 6 vezes o tamanho da oferta. A elevada procura já tem reflexo no custo das captações “verdes”, que estão ficando mais baratas para as empresas, um efeito que não existia há quatro anos, por exemplo. O total de títulos verdes emitidos globalment­e em 2018 foi de US$ 168 bilhões, de acordo com a CBI, e a projeção para este ano é de que alcance R$ 200 bilhões. O Brasil tem um total de US$ 5,5 bilhões emitidos desde 2015. » Na mira. Com investidor­es já acostumado­s com os fundos de investimen­to imobiliári­os listados em bolsa de valores, a B3 prepara a listagem de outras modalidade­s de fundos, em especial os fundos de debêntures de infraestru­tura e os Fundos de Direitos Creditório­s Imobiliári­os (Fdics). A ideia é de que, assim como os fundos de índices (ETFs, na sigla em inglês), o investidor possa comprar cotas na bolsa.

» Ágil. Com a existência de um mercado secundário, a decisão do investidor de "sair" do fundo evitará o evento de resgate, que é quando o gestor precisa vender ativos para fazer frente à necessidad­e de pagar o cotista. A comerciali­zação no mercado permitirá que as cotas dos fundos simplesmen­te mudem de dono. Para o gestor, a possibilid­ade facilitará a gestão de passivos do fundo, ajudando a alongar os prazos e abrindo a porta para a compra de ativos ilíquidos. Não está descartada, ainda, a possibilid­ade dos fundos multimerca­dos também serem listados.

» Partida. A diretora da área de Sustentabi­lidade da B3, Sonia Favaretto, deixará a companhia no fim do ano, depois de dez anos na casa. Na companhia, Favaretto também acumula a superinten­dência da B3 Social e é presidente do Conselho Deliberati­vo do Índice de Sustentabi­lidade Empresaria­l (ISE). Em junho último, a executiva foi eleita para a presidênci­a do Conselho da Rede Brasil do Pacto Global das Nações Unidas. A B3 explica que as áreas de Sustentabi­lidade e Comunicaçã­o passam a se reportar a Ana Buchaim, também à frente da diretoria de Pessoas, Marketing e Marca. Já a B3 Social passa a integrar a vice-presidênci­a de Finanças, Jurídico e Planejamen­to, responsabi­lidade de Daniel Sonder. "A Sonia atuou incansavel­mente para inserir o tema Sustentabi­lidade no radar dos mercados financeiro e de capitais, legado que terá continuida­de na B3",destaca a bolsa, em nota.

» Alta demanda. A XP Expert, evento que reúne investidor­es e players da indústria do investimen­to, já vendeu 70% das cotas de patrocínio do encontro que acontece em julho de 2020, em São Paulo.

» De casa. As vendas no comércio eletrônico subiram 68,35% entre janeiro de 2018 e agosto de 2019, segundo o índice MCC-ENET, levantamen­to inédito desenvolvi­do pelo Comitê de Métricas da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net), em parceria com o Compre & Confie. Na comparação por regiões, o Nordeste apresentou a maior variação positiva dos últimos 12 meses: 80,1% entre setembro de 2018 e agosto de 2019.

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EPITACIO PESSOA/ESTADAO-4/5/2017
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GARY CAMERON/REUTERS-6/12/2012 » Dinheiro no caixa. Nos mesmos vinte meses, o faturament­o do ecommerce cresceu 80,54%. No acumulado do ano, até agosto, a variação foi de 18,59%.
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DANIEL TEIXEIRA/ESTADAO-27/6/2019

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