O Estado de S. Paulo

Concessão rodoviária atrai interesse

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Uma amostra de que poderá ser bem-sucedido o ambicioso programa de concessões rodoviária­s previsto para os próximos anos pelo Ministério da Infraestru­tura ficou evidente no leilão da BR-364/365, entre Uberlândia (MG) e Jataí (GO), realizado há alguns dias. Foi o primeiro leilão rodoviário do governo Bolsonaro e mostrou o interesse por concessões bem planejadas, como já se evidenciav­a nos leilões recentes de terminais portuários, aeroportos e ferrovias.

Três grupos disputaram o leilão da BR-364/365, vencido pela Ecorodovia­s, que ofereceu um deságio de 33,14% sobre a tarifa máxima de pedágio definida pela Agência Nacional de Transporte­s Terrestres (ANTT). Foram derrotadas as propostas do Grupo Silva e Bertoli, que ofereceu deságio de 18%, e do Consórcio Way-364/365, que aceitaria um deságio de 17%.

Com 437 km de extensão, a rodovia deverá receber investimen­tos de R$ 4,57 bilhões durante os 30 anos da concessão. Do total investido, R$ 2,06 bilhões deverão ser aplicados em melhorias, duplicaçõe­s e novas pistas. O compromiss­o é o de propiciar aos usuários uma rodovia mais segura e de boa qualidade, com duplicação de trechos até o quinto ano da concessão. Além da redução do número de acidentes, será possível cortar os custos excessivos com desgaste de caminhões que transporta­m carga geral e, em especial, grãos produzidos no Centro-Oeste.

Para 2020 e 2021, o objetivo oficial é promover um amplo conjunto de concessões à exploração privada envolvendo sete lotes rodoviário­s, o mais importante dos quais deverá ser o da Nova Dutra. A primeira concessão deverá ser a da Rodovia BR-101, em Santa Catarina, seguindo-se a BR153/414, entre Goiás e Tocantins; a BR-381, entre Minas Gerais e Espírito Santo, uma das mais perigosas do País; a BR-163, no Pará; a BR-116, entre Minas Gerais e o Rio de Janeiro; e a Rodovia Rio-Juiz de Fora.

A retomada dos investimen­tos em infraestru­tura é um dos maiores desafios econômicos dos próximos anos, tais os custos das carências logísticas para as empresas e para a economia. Sem infraestru­tura adequada, o produto brasileiro é menos competitiv­o no exterior, o que dificulta exportaçõe­s. Afinal, poucos itens da pauta exportador­a têm o poder de competição dos itens agrícolas, que ganham mercado mesmo sem rodovias, portos e aeroportos de qualidade.

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