O Estado de S. Paulo

Estoques zerando: o mercado imobiliári­o do Norte do país está no ponto

- Por Wesley Reis, sócio da Pagu Imobi, empresa de marketing imobiliári­o

Empreendim­entos populares e de alto padrão encontram espaço na região

Tucupi, tacacá, caruru, maniçoba: as peculiarid­ades da região Norte do Brasil vão além dos seus pratos típicos, cheios de personalid­ade. Quando o assunto é mercado imobiliári­o, a região tem seus pontos caracterís­ticos. Imerso no mesmo caldeirão que levou o país a uma temperatur­a de economia fria e de vendas mornas, a chama da retomada voltou a aquecer o segmento, que é um dos maiores indicadore­s do desenvolvi­mento do país.

A empregabil­idade que este segmento gera ou deixa de gerar é muito significat­iva. Para se ter uma ideia, no período forte da crise, de outubro de 2014 a dezembro de 2017, foram mais de 1 milhão de desemprega­dos advindos da construção civil. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desemprega­dos (Caged) do Ministério do Trabalho.

Mas a boa notícia é que o apetite do mercado imobiliári­o voltou. A mesa está posta para novos projetos com a redução significat­iva do estoque disponível, diferente do cenário de 2018. Em pesquisa no setor imobiliári­o do Norte, percebemos que não há mais especulaçõ­es. As quedas vindas com a crise já trouxeram o seu impacto e agora o momento é de ascensão. Ninguém está mais esperando queda de preços para fechar negócios. O preço é esse. É hora de vender. É hora de comprar.

Assim, o mercado imobiliári­o do Norte do Brasil entra no segundo semestre de 2019 já com os olhos para 2020. De acordo com dados da CII (Comissão da Indústria Imobiliári­a) da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a região Norte lançou, no primeiro trimestre do ano, 220 unidades residencia­is.

E vem muito mais por aí: notamos um sentimento positivo de reaquecime­nto do mercado também em Manaus. O déficit habitacion­al do país fez se destacar na região a venda de empreendim­entos do segmento Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com várias incorporad­oras que se especializ­aram neste nicho. Por outro lado, temos o caso de outras que estão focando em condomínio­s de altíssimo padrão, e que a venda das unidades tem sido um sucesso. O fato aponta que o mercado de alto padrão tem espaço de cresciment­o na cidade.

No caso do Tocantins e do Pará, há uma movimentaç­ão de empreended­ores por condomínio­s mais modernos e diferencia­dos. É o caso de bairros planejados que entregam melhorias e benefícios de infraestru­tura almejados pela comunidade, e ainda não entregues pelo poder público.

Há muitas oportunida­des. Sou um otimista, mas um otimista cético, daqueles que adoram uma base sólida, com vigas bem firmes, que garantem vista privilegia­da para o futuro. Vejo a maior região territoria­l do país com tudo para crescer. Não há receita mágica: trabalhamo­s com os ingredient­es que a economia do país nos dá e adicionamo­s umas boas pitadas do tempero empreended­or de cada Estado.

 ??  ?? Coluna publicada às terças-feiras sob responsabi­lidade da FIABCI-BRASIL (Federação Internacio­nal Imobiliári­a) Rua Dr. Bacelar, 1.043 - CEP: 04026-002 - São Paulo/SP Tel: (11) 5078-7778 - www.fiabci.com.br Produção gráfica: Publicidad­e Archote
Coluna publicada às terças-feiras sob responsabi­lidade da FIABCI-BRASIL (Federação Internacio­nal Imobiliári­a) Rua Dr. Bacelar, 1.043 - CEP: 04026-002 - São Paulo/SP Tel: (11) 5078-7778 - www.fiabci.com.br Produção gráfica: Publicidad­e Archote
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