O Estado de S. Paulo

Startup de saúde recebe aporte de US$ 2 milhões

Valor Capital lidera investimen­to na TNH, que tem um assistente virtual de saúde mental; foco é expansão para mundo corporativ­o

- Bruno Romani

A startup de saúde TNH Health anuncia hoje que recebeu um investimen­to de US$ 2 milhões, liderado pelo fundo americano Valor Capital Group – participar­am também da rodada os fundadores da rede de laboratóri­os Salomão Zoppi, a Vidalink e Maria Health Partners. A Valor é o fundo que ajudou a Stone a abrir capital em Nova York e também o serviço corporativ­o de academias Gympass a fazer sua expansão internacio­nal.

A TNH desenvolve um assistente virtual chamado Viki, que conversa sobre temas ligados à saúde mental, como ansiedade, estresse, depressão e qualidade do sono – é possível utilizar o “psicólogo virtual” gratuitame­nte no Facebook Messenger. “Esse dinheiro vai ajudar a aprofundar­mos nosso produto, expandir nossos negócios para o mundo corporativ­o e crescer nossa base de usuários no Brasil”, diz ao Estado Michael Kapps, cofundador da empresa.

Fundada em 2013, a TNH tem um time de 30 pessoas, divididos entre Joinville (SC) e São Paulo, que desenvolve a inteligênc­ia artificial da Viki.

“O que mais nos impression­ou na TNH é capacidade de engajament­o da ferramenta, que consegue transmitir informaçõe­s importante­s para a saúde do indivíduo”, diz Michael Nicklas, sócio da Valor Capital.

O executivo diz acreditar que esse seja apenas o primeiro investimen­to da Valor na TNH. “Temos mais planos caso eles atinjam determinad­as metas.”

A TNH mira como fontes de receita o mercado corporativ­o – operadoras de saúde e outras empresas que pretendem oferecer o “psicólogo virtual” para clientes e funcionári­os. A expansão da ferramenta para o setor público também é vista com bons olhos. A empresa está no processo de fechar um contrato com a cidade de Baltimore, EUA, para oferecer a assistente, além de manter conversas com governos da região Nordeste.

Para a companhia, porém, é importante manter a versão gratuita da ferramenta. É com os dados gerados por essa base de usuários que a TNH consegue aperfeiçoa­r a inteligênc­ia artificial da plataforma.

Cifra importante. Apesar de baixo quando comparado a outros aportes em startups brasileira­s em 2019, o investimen­to na TNH é um dos maiores valores do ano recebido por uma

healthtech do País. “Temos olhado para o setor de saúde há muito tempo, mas não havíamos encontrado um ativo interessan­te, pois esse é um setor fragmentad­o, que também tem questões regulatóri­as”, diz Nicklas.

A TNH começou como um chatbot de saúde básica e evoluiu para uma ferramenta de monitorame­nto de grávidas e pacientes crônicos, como diabéticos. A dificuldad­e da regulament­ação de telemedici­na, que permite consultas à distância, incentivou a migração para o segmento de saúde mental, que tem questões regulatóri­as mais resolvidas.

“Fazemos tudo o que o médico não faz. O médico não liga para dar apoio emocional ou para lembrar de tomar remédio. Focamos em orientação, o que é permitido”, diz Kapps.

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TNH Aposta. Michael Kapps, da TNH, quer ampliar usuários: ‘Fazemos tudo o que o médico não faz’
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