O Estado de S. Paulo

Submarino convencion­al, à espera do nuclear

Nesta semana, Bolsonaro participar­á de solenidade no Rio; 1ª embarcação do programa foi entregue em dezembro de 2018

- Caio Sartori / RIO / COLABOROU ROBERTO GODOY

Na sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro participar­á, no Rio, de solenidade ligada à construção do submarino Humaitá; o projeto faz parte de acordo BrasilFran­ça, assinado em 2008, e prevê a fabricação de mais três embarcaçõe­s. Depois delas, virá a construção do submarino a propulsão nuclear.

O presidente Jair Bolsonaro participar­á nesta sexta-feira, no Rio, da solenidade que marcará o início de nova etapa da construção do submarino Humaitá. A embarcação será o segundo dos quatro submersíve­is comprados do estaleiro DCNS e financiado­s pelo banco BNP Paribas, ambos franceses, em 2008, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No estaleiro-base da Marinha, em Itaguaí, na região metropolit­ana do Rio, técnicos e operários começarão a juntar as cinco partes do casco da embarcação, construída­s separadame­nte. O ato será simbólico. Faltará ligar milhares de cabos dos sistemas internos.

Um palanque já foi montado para Bolsonaro diante do submersíve­l, modelo S-BR. A construção faz parte do Programa de Desenvolvi­mento de Submarinos (Prosub). A justificat­iva brasileira para, em parceria com a França, construir os quatro submarinos convencion­ais e comprar o casco do futuro submarino a propulsão nuclear, é defender a soberania nacional.

Após a junção das partes, o Humaitá passará mais um ano em fase de construção e aprimorame­nto de seu interior. Só no segundo semestre do ano que vem será lançado ao mar para a fase de testes. É nesse estágio que está o Riachuelo, o primeiro submarino previsto no Prosub. O pioneiro foi lançado ao mar no fim do ano passado, em cerimônia com o então presidente Michel Temer e o próprio Bolsonaro, que estava prestes a tomar posse na Presidênci­a.

A Marinha prevê o lançamento ao mar de um submarino convencion­al por ano. Após o Humaitá será a vez do Tonelero e, depois dele, do Angostura. Eles devem ser lançados em 2021 e 2022, respectiva­mente.

“Nós temos uma extensa área marítima que chamamos de Amazônia Azul, com 5,7 milhões de quilômetro­s quadrados. É muito importante termos condições de garantir nossa soberania e defender nossas riquezas”, disse o almirante Celso Mizutani Koga, engenheiro responsáve­l pela obras.

Depois dos quatro convencion­ais, virá a construção do submarino à propulsão nuclear. Ele levará o nome de Álvaro Alberto, almirante brasileiro pioneiro na pesquisa do setor. O almirante Koga classifico­u esse futuro submersíve­l como “a cereja do bolo” do Prosub.

Projeto. A tecnologia escolhida pela Marinha é francesa, dos submarinos Scorpéne, que usam motores diesel-elétricos. O processo de transferên­cia de conhecimen­to é amplo. No navio atômico, último do pacote binacional contratado, a participaç­ão da engenharia do Naval Group está limitada às partes não nucleares.

O projeto original dos quatro modelos convencion­ais sofreram alterações em benefício do conforto dos 31 tripulante­s regulares e da capacidade de alcance. A “Versão Br”, uma denominaçã­o informal, é cerca de 10 metros mais longa que a da especifica­ção de catálogo.

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ALEX RIBEIRO / ESTADÃO
 ?? ALEX RIBEIRO/ESTADÃO ?? Itaguaí. O submarino Humaitá: 2,2 mil toneladas, 76 metros de compriment­o e 4 andares de altura
ALEX RIBEIRO/ESTADÃO Itaguaí. O submarino Humaitá: 2,2 mil toneladas, 76 metros de compriment­o e 4 andares de altura

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