‘Por que me afastaria?’, diz ministro
Denunciado pela Procuradoria Eleitoral de Minas Gerais por suposto uso de candidaturas laranjas na campanha de 2018, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), afirmou ontem que não pretende se afastar do cargo. “Por que me afastaria, se tenho a consciência tranquila? Quem não deve não teme”, disse ele, durante entrevista à Rádio Itatiaia.
O ministro afirmou ainda que não via “problema algum” se for aberta uma segunda investigação sobre suposta prática de caixa 2 – a Polícia Federal sugeriu uma apuração sobre caixa 2 envolvendo o ministro, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada ontem. “Sempre zelei por observar as regras da lei eleitoral. Portanto, estou absolutamente tranquilo em relação a esses fatos”, disse.
Na sexta-feira, Álvaro Antônio foi denunciado pela Procuradoria e indiciado pela Polícia Federal no inquérito da Operação Sufrágio Ostentação, por falsidade ideológica, associação criminosa e apropriação indébita. De acordo com as investigações, o ministro, então presidente do PSL de Minas e candidato a deputado federal, articulou um esquema de lançamento de candidaturas femininas sem a intenção de elegê-las, apenas para acessar recursos públicos do fundo eleitoral.
O promotor de Justiça Fernando Abreu, autor da denúncia, admitiu a possibilidade de novas investigações em relação ao esquema, sem dar detalhes. Na entrevista, Álvaro Antonio afirmou que, “se houve algum delito” na campanha, “não passou pela Executiva estadual”. “Se houve algum delito por qualquer um por parte do partido, que se identifique e puna-se individualmente”. O ministro reclamou por ter sido denunciado, segundo ele, com base na chamada teoria do domínio do fato. “É uma teoria muito cruel.”
O PSL não respondeu aos contatos da reportagem.