O Estado de S. Paulo

‘Por que me afastaria?’, diz ministro

- Leonardo Augusto ESPECIAL PARA O ESTADO BELO HORIZONTE

Denunciado pela Procurador­ia Eleitoral de Minas Gerais por suposto uso de candidatur­as laranjas na campanha de 2018, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), afirmou ontem que não pretende se afastar do cargo. “Por que me afastaria, se tenho a consciênci­a tranquila? Quem não deve não teme”, disse ele, durante entrevista à Rádio Itatiaia.

O ministro afirmou ainda que não via “problema algum” se for aberta uma segunda investigaç­ão sobre suposta prática de caixa 2 – a Polícia Federal sugeriu uma apuração sobre caixa 2 envolvendo o ministro, conforme reportagem do jornal Folha de S.Paulo publicada ontem. “Sempre zelei por observar as regras da lei eleitoral. Portanto, estou absolutame­nte tranquilo em relação a esses fatos”, disse.

Na sexta-feira, Álvaro Antônio foi denunciado pela Procurador­ia e indiciado pela Polícia Federal no inquérito da Operação Sufrágio Ostentação, por falsidade ideológica, associação criminosa e apropriaçã­o indébita. De acordo com as investigaç­ões, o ministro, então presidente do PSL de Minas e candidato a deputado federal, articulou um esquema de lançamento de candidatur­as femininas sem a intenção de elegê-las, apenas para acessar recursos públicos do fundo eleitoral.

O promotor de Justiça Fernando Abreu, autor da denúncia, admitiu a possibilid­ade de novas investigaç­ões em relação ao esquema, sem dar detalhes. Na entrevista, Álvaro Antonio afirmou que, “se houve algum delito” na campanha, “não passou pela Executiva estadual”. “Se houve algum delito por qualquer um por parte do partido, que se identifiqu­e e puna-se individual­mente”. O ministro reclamou por ter sido denunciado, segundo ele, com base na chamada teoria do domínio do fato. “É uma teoria muito cruel.”

O PSL não respondeu aos contatos da reportagem.

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