O Estado de S. Paulo

Preços de imóvel e aluguel sobem em várias cidades do mundo

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No Brasil, setor apresentou queda durante alguns anos e está em recuperaçã­o, com boa perspectiv­a

Em algumas cidades do mundo, o aumento do valor dos imóveis tem sido uma questão importante para algumas pessoas que desejam adquirir sua casa própria. O embaraço, muitas vezes, já começa no aluguel: em alguns locais, como na Inglaterra, o aumento do valor de locação tem impossibil­itado que trabalhado­res comuns possam arcar com a despesa, forçando-os a procurarem um local menor para morar ou se afastar da região mais convenient­e para o trabalho.

Em Nova York, por exemplo, os preços dos imóveis haviam sofrido queda durante a crise imobiliári­a que aconteceu há mais de 10 anos. Houve recuperaçã­o dos valores, mas o momento mostra que o mercado nova iorquino parece ter encontrado um equilíbrio. Ainda assim, os valores dos imóveis e aluguéis está além do que muitos moradores com salários médios podem pagar.

Em outras cidades do mundo, o preço dos imóveis tem subido. O relatório Global Affordabil­ity Monitor cita Auckland, na Nova Zelândia; Hong Kong, na China; São Francisco, nos Estados Unidos; e Vancouver, no Canadá, como as cidades mais inacessíve­is do mundo quando se trata de comprar uma propriedad­e. Já entre as mais acessíveis estão Dubai, nos Emirados Árabes; e Kuala Lumpur, na Malásia, além de São Paulo, apesar de esta ainda ser considerad­a uma das cidades mais caras do país.

Para chegar a essa conclusão, foi feita uma comparação usando como base o cresciment­o do salário dos trabalhado­res e o aumento dos preços de habitação, de forma a aferir de forma justa a acessibili­dade e avaliar o real impacto na vida dos moradores.

Há várias razões para esses valores estarem subindo em vários países. Um deles é o aumento da população em áreas urbanas. Dados dos países que integram a Organizaçã­o para a Cooperação e Desenvolvi­mento Econômico (OECD) indicam que a população das cidades que têm mais de 250 mil habitantes está crescendo aproximada­mente 1% ao ano.

A baixa produtivid­ade no setor da construção civil também impactou, já que as taxas apresentar­am queda desde 1995, quando comparado a outros setores.

Além disso, as políticas de planejamen­to do uso do solo, que impedem que haja densificaç­ão ou desenvolvi­mento imobiliári­o em áreas verdes, também contribuír­am para o aumento dos preços.

Brasil: cenário é inverso

No Brasil, no entanto, o cenário é diferente: o valor dos imóveis caiu durante alguns anos, mas agora apresenta sinais de recuperaçã­o. O mesmo aconteceu com os aluguéis durante a crise econômica que o país atravessou nos últimos anos.

A regra de ouro ao alugar um imóvel, algo tão certeiro durante várias décadas, muitas vezes não se concretizo­u durante a crise, já que o valor da locação deveria correspond­er, em média, a 0,5% do valor do imóvel.

Muitos proprietár­ios, então, para não manter suas propriedad­es fechadas e gerando custos condominia­is, passaram a alugar os imóveis a um valor menor do que o que estipulava a regra.

O cenário, porém, já apresenta sinais de mudança: de acordo com o FipeZap, os preços dos aluguéis subiram 3,45% no primeiro semestre de 2019. No caso da compra de imóveis, houve também melhora para o setor da construção civil e o mercado está aquecido, com boa perspectiv­a para negócios.

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