De olho nos problemas
Em uma época de polarização e muitos desafios na sociedade, cursos desta área procuram formar alunos capazes de trabalhar em equipe com profissionais de outros campos para mudar a realidade
Acontemporaneidade traz uma série de desafios para a sociedade e, consequentemente, para os profissionais que lidam diretamente com ela. Por isso, cursos de Humanas buscam dar aos alunos uma formação sólida, interdisciplinar e conectada à realidade. Coordenador de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Vitor Andrade diz que a procura pelo curso cresceu nos últimos anos. “Percebemos que os alunos querem entender um pouco mais a sociedade, os modelos de governança, e nos parece que o curso de Direito tem seguido esse caminho.” A área atrai perfis variados. “Temos alunos com inclinação para atividade pública, empresarial, advocacia de escritório, com posicionamentos políticos mais ou menos fortes, com veia econômica ou que querem trabalhar com o terceiro setor. Em comum, são interessados em promover mudança relevante para o País a partir do conhecimento.”
O curso de Arquitetura da Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) também investe na conexão entre teoria e realidade. Desde o primeiro ano, os alunos têm experiências na cidade, desenvolvendo projetos para áreas como a Praça do Arco, na Consolação, e o Minhocão, em Santa Cecília. “Estudos apontam que os grandes centros são cada vez mais tendência”, afirma o coordenador do curso, Marcos Costa. “Explorar a cidade de São Paulo é uma oportunidade única para se aprender arquitetura.” O professor destaca ainda a importância da interdisciplinaridade. “O arquiteto vai interagir com diversos atores, como engenheiros, políticos e empresas”, diz. “É fundamental que tenha conhecimento de outras áreas e senso crítico.”
O coordenador do curso de Administração do Insper, Guilherme Martins, concorda sobre a importância de se trabalhar com os problemas da sociedade. “No primeiro semestre, todos os cursos juntos, Engenharia, Administração e Economia, recebem um tema de trabalho, como por exemplo ‘vendedores ambulantes’. Aí, precisam aprender a identificar o problema, por que ele existe e como pode ser solucionado.” Segundo o professor, a área de métricas está em alta em gestão, mas os dados não falam por si. “O administrador precisa interpretar, entender e cruzar informações.”