Protagonismo em alta
Estudantes precisam ir além da aptidão com números e se preparar para as funções de gestão e liderança que vão desenvolver no futuro. Dinamismo e habilidades socioemocionais também são valorizados
Aimagem do gênio que passa horas trabalhando no computador e resolvendo sozinho todos os problemas já não existe mais. Em Exatas, o trabalho em equipe se torna cada vez mais uma realidade e, por isso, os estudantes têm de estar dispostos a desenvolver características como liderança e protagonismo. “As empresas veem o engenheiro de produção como o profissional que vai resolver os problemas da forma mais rápida e eficiente, com redução de custos e envolvendo o menor número possível de processos”, afirma a coordenadora do curso de Engenharia da Produção da Universidade São Judas Tadeu, Thaís Cavalheri dos Santos. “Por isso, o aluno não pode deixar de ter um perfil de gestão.” Para prepará-la, a São Judas aposta em um currículo que exige muito trabalho em equipe. “Esses desafios são propostos com base em problemas práticos, reais, enfrentados pelas empresas no dia a dia”, conta.
Patricia Barboza, coordenadora de Engenharia Civil na Universidade Presbiteriana Mackenzie, afirma que, antes de tudo, o engenheiro é um líder, “seja de dez ou de 10 mil pessoas”, diz. “A capacidade de lidar com pessoas, trabalhar em grupos, ter organização e planejamento é fundamental.” Os alunos vivenciam a prática desde o primeiro semestre. “Temos parcerias com empresas, que trazem cases reais para as nossas disciplinas. Também temos projetos de extensão que buscam levar o conhecimento da universidade para a comunidade”, conta. “As atividades são extracurriculares e, assim, estimulamos a prática do protagonismo dos estudantes, a partir dessa liberdade de escolher o que eles querem fazer.”
Coordenador de Engenharia de Computação no Instituto Mauá de Tecnologia, Everson Denis ressalta a importância de desenvolver pensamento crítico, criatividade e habilidades socioemocionais. “O aluno precisa ter um mindset mais dinâmico, ajustado às atualizações tecnológicas”, afirma. O curso da instituição tem acompanhado essas necessidades por intermédio de atividades complementares, que somam de 60 a 70 horas por semana. “Nós apresentamos desafios e problemas e buscamos integrar com outras áreas de conhecimento”, diz. “É uma formação ampla que permite ao aluno uma atitude inovadora.”