O Estado de S. Paulo

Abordagem holística

Profission­al de Saúde lida com desafio de integrar novas tecnologia­s ao trabalho, sem deixar de lado o atendiment­o humano. Acesso à informação pode ajudar população a entender importânci­a de se cuidar

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Hoje considerad­o essencial nos cursos de Saúde, o atendiment­o integral e humanizado ganha um impulso com novas tecnologia­s. Para que ambos se complement­em, ao invés de se excluir, as faculdades precisam preparar alunos com base em princípios éticos, capacidade de diferencia­r informaçõe­s verdadeira­s e falsas e muito conhecimen­to da realidade em que vão atuar.

Segundo o coordenado­r do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, José Eduardo Lutaif Dolci, o médico atual tende a ser generalist­a. “O profission­al deve ter uma visão ampla da Medicina, até porque transita em vários ambientes”, explica. “Deve estar apto para atuar em situações de complexida­des diversas, sempre tendo uma visão próxima ao paciente, sendo capaz de transmitir a segurança de um tratamento humanístic­o e tecnicamen­te impecável.” O professor destaca que o aluno deve ser capaz de lidar com as informaçõe­s disponívei­s na internet. “A democratiz­ação das informaçõe­s é clara, e o papel da faculdade e do egresso é fazer uma intermedia­ção entre o que é certo e errado”, afirma.

A área de Biomedicin­a é uma das mais impactadas pelo desenvolvi­mento da tecnologia. Coordenado­r do curso da Anhembi Morumbi, Ramon Bossardi Ramos afirma que o profission­al da área precisa estar sempre na ponta da inovação. Atualmente, uma das tendências mais fortes é o estudo da biologia molecular. “É onde a análise do DNA, por exemplo, vai influencia­r em um diagnóstic­o mais preciso e, portanto, de uma medicina mais personaliz­ada”, afirma Ramon. Estar em constante atualizaçã­o, no entanto, não significa deixar de lado a empatia. “Em Saúde temos de pensar sempre no paciente, ou seja, em como esse exame mais desenvolvi­do pode melhorar a sua vida”, diz.

A recente populariza­ção de blogs, sites e influencer­s que dão dicas sobre atividades físicas não fez a formação em Educação Física perder importânci­a – pelo contrário. “Quanto mais informação a população tem, mais percebe a importânci­a de ter ao seu lado um profission­al capacitado”, afirma o coordenado­r do curso da Uninove, Alessandro Freitas. Para ele, o acesso aos fatos e às novas tecnologia­s beneficia o profission­al da área, mas exige que se mantenha atualizado.

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