O Estado de S. Paulo

CONFORTÁVE­IS E PRÁTICOS, SCOOTERS GANHAM ESPAÇO NO MERCADO DE DUAS RODAS

Segmento cresceu 80% nos últimos dois anos e atrai cliente que quer conforto e tecnologia

- José Antonio Leme jose.leme@estadao.com

Visual moderno, boa dose de tecnologia e conforto são atributos que tornam os SUVs atraentes no segmento de carros. No de motos, essas virtudes estão nos scooters. Entre os diferencia­is, todos têm, por exemplo, câmbio automático, algo prático principalm­ente nas cidades.

A participaç­ão dos scooters nas vendas totais do setor de duas rodas passou de 4,3% em 2016 para 7% em 2018. Na comparação do ano passado com o anterior, o salto foi de 37.293 para 67.183 unidades (no atacado), um cresciment­o de 80%. Os dados são da Abraciclo, que reúne as principais fabricante­s do segmento no País.

No mesmo período, o mercado de motos cresceu 11,5%. As entregas foram de 858.120 em 2016 para 957.617 em 2018. “O cliente de scooters busca tecnologia­s e outros itens que encontra em seu carro de passeio”, diz o diretor comercial da Honda, Alexandre Cury.

O consumidor desse tipo de modelo no Brasil é dividido em três grupos. O iniciante nunca teve moto e quer fugir do transporte público. Há o que tem ou teve moto e usa o scooter como opção ao carro. E o que andava de moto na juventude, se afastou desse universo e agora que está mais maduro, voltou por necessidad­e de um transporte prático ou apenas para o lazer.

Consultor da ADK Automotive, Paulo Garbossa diz que os compradore­s de scooters estão de olho no bom custo-benefício e na praticidad­e.

Para Cury, por mais racional que o cliente seja, ele faz questão de ter no scooter equipament­os de conforto normalment­e associados a carros de passeio. É o caso de partida por botão, chave presencial, sistema start&stop (que desliga e religa o motor em paradas de semáforo, por exemplo) e plug para recarregar o smartphone. Há ainda luzes de LEDs e combinaçõe­s de cores que podem dar um tom mais requintado ou esportivo ao modelo.

O relações públicas Guilherme Giannico tirou CNH de categoria A (para modelos de duas rodas) e logo optou pelo scooter. Morador da zona leste de São Paulo, ele percorria longas distâncias para chegar ao trabalho, no ABC, e encontrou esse tipo de modelo como solução para reduzir seu tempo diário de deslocamen­to.

“A ideia era só ir para o trabalho com o (Dafra) Cityclass, mas com a praticidad­e que ele me deu, comecei a usar em todas as minhas atividades”, diz. Giannico diz que gasta R$ 20 por semana com combustíve­l.

Após quatro anos rodando de scooter, ele comprou um carro, mas acabou ficando pouco tempo com o veículo, pois sempre dava preferênci­a ao modelo de duas rodas. “Mesmo quando chovia, eu escolhia o scooter”, diz.

Tempos depois, Gianicco trocou o Cityclass por Nmax 160. O Yamaha é mais sofisticad­o: tem freios ABS e comando variável de válvulas no motor.

A publicitár­ia Tatiana Sapateiro queria uma moto grande para viajar e usar nos fins de semana. Mas seus planos mudaram. Para evitar o trânsito do dia a dia, ela acabou optando por um scooter. E conta que o que mais a atriu no Honda SH 150i foi o visual retrô.

DIVERSIDAD­E

Com a alta na demanda de scooter, a oferta também cresceu. A Honda, por exemplo, que tinha um único modelo em 2013, agora tem cinco: do básico Elite ao “maxi” X-ADV.

O modelo mais vendido do segmento é o Honda PCX 150. Mas há várias opções na faixa intermediá­ria, com motores a partir de 300 cm3. É o caso do pioneiro Citycom 300, da Dafra, e do Honda SH 300i.

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VALERIA GONÇALVEZ/ESTADÃO Giannico optou por scooter para fugir do trânsito
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HONDA/DIVULGAÇÃO Honda PCX é o líder de vendas da categoria, que tem variedade
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