Descobrir os culpados
O presidente Jair Bolsonaro não descarta a hipótese de que o óleo derramado no Nordeste tenha origem criminosa (Estado, 8/10). Quando eu era menino, na década de 50, início de 60, ao frequentar as praias de Itanhaém (SP), todas elas viviam contaminadas por salpicos de uma substância semelhante ao piche, que nos sujava os pés. Mas todas as casas tinham um garrafão de querosene e trapos para o pessoal se limpar. A explicação era que o que chegava às
praias paulistas vinha de navios que trocavam o óleo e o lançavam ao mar na Barra de Santos, enquanto aguardavam a entrada no porto. Já na década de 1970, quando passou a haver mais controle e legislação ambiental, esse tipo de poluição foi gradativamente diminuindo. Pelas fotos publicadas na mídia me parece que também no caso das praias do Nordeste se tratou de troca de óleo em alto-mar feita por um ou mais navios de muito grande porte. Como existe um controle internacional dos mares vizinhos navegados, seria interessante a Marinha fazer uma investigação para que se descubram os possíveis infratores ambientais, quem ficou parado em alto-mar para fazer a troca. Uma análise química das manchas negras facilmente poderá precisar qual a origem do produto que chegou às nossas praias. Há na região laboratórios da Petrobrás, em suas refinarias, capazes de fazer esse serviço.
ULF HERMANN MONDL hermannxx@yahoo.com.br São José (SC)