O Estado de S. Paulo

DEPOIS DE CRÍTICAS, JANTAR COM MORO

Restaurant­e é palco de encontros inusitados

- BRASÍLIA / R.O., BRENO PIRES e DIDA SAMPAIO

No mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro disse que Luciano Bivar, presidente do PSL, está “queimado para caramba”, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, jantou anteontem com o deputado e outros parlamenta­res da sigla em um restaurant­e de Brasília. A justificat­iva foi a de que era preciso discutir o pacote anticrime.

Antes de Moro chegar, Bivar teve conversa reservada com parte da bancada. O Estado apurou que houve um desagravo ao presidente do PSL – correligio­nários estranhara­m o ataque público de Bolsonaro a Bivar.

No mesmo restaurant­e estavam os procurador­es Deltan Dallagnol e Roberson Pozzobon, da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Ambos tiveram diálogos vazados pelo site The Intercept Brasil e enfrentam um desgaste de imagem.

Como se já não bastassem os encontros fortuitos, o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) protagoniz­ou mais um. Logo que chegou ao restaurant­e, foi direto cumpriment­ar um jornalista, sem saber que ele estava com Dallagnol e Pozzobon. Assim, Jucá se viu cercado pela Lava Jato – Moro de um lado e os procurador­es de outro. Em 2016, o emedebista deixou o cargo de ministro do Planejamen­to (governo Temer) após vir à tona gravação em que ele dizia ser preciso “estancar essa sangria”, em referência à Lava Jato.

Não foi apenas Jucá que passou aperto. Quando viu Moro entrar no restaurant­e, Dallagnol se levantou certo de que o ministro iria cumpriment­á-lo. Nada disso. Atrasado, o ministro apressou o passo para o local reservado pelo PSL e foi direto cumpriment­ar Bivar. Deixou o ex-colega de Curitiba no “vácuo”. Ao Estado, justificou nem ter visto Deltan. “Brasília é muito pequena mesmo.”

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DIDA SAMPAIO/ESTADÃO–8/10/2019 PSL. Moro (à dir.) com Bivar em restaurant­e de Brasília

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