O Estado de S. Paulo

Gabinete de Johnson ameaça rebelião

- LONDRES

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, enfrenta uma rebelião de seu gabinete, com cinco secretário­s de Estado ameaçando renunciar caso o Reino Unido deixe a União Europeia sem um acordo comercial, revelou ontem o New York Times.

Entre os rebeldes estão o secretário da Cultura, Nicky Morgan, o ministro britânico para a Irlanda do Norte, Julian Smith, o secretário de Justiça, Robert Buckland, o secretário da Saúde, Matt Hancock, e o procurador-geral, Geoffrey Cox. A lista ainda inclui deputados conservado­res que pretendem renunciar se não houver um acordo para o Brexit, previsto para o dia 30.

De acordo com o New York Times, os secretário­s advertiram Johnson, em uma reunião de gabinete, sobre o “grave” risco direto para o país no caso da Irlanda do Norte. Fontes do governo britânico disseram ontem que Johnson quer convocar uma reunião extraordin­ária do Parlamento no dia 19 para decidir os rumos do Brexit.

O premiê deve propor aos deputados um acordo de saída da UE negociado de última hora, algo improvável a essa altura das negociaçõe­s, ou outras opções para o processo, como um divórcio sem acordo ou o cancelamen­to do Brexit.

Negociação. O líder do Partido Trabalhist­a, Jeremy Corby, o maior da oposição, afirmou ontem que, se não houver acordo, utilizará a sessão para obrigar Johnson a pedir um adiamento da data de saída da UE. Há também a hipótese de a oposição apresentar – e obter – uma moção de censura contra Johnson, que promete deixar o bloco na data prevista, com ou sem acordo, apesar de a chamada “Lei Benn” o obrigar requisitar a prorrogaçã­o do prazo aos europeus, caso não haja um acordo.

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