O Estado de S. Paulo

Agência nacional interdita 54 barragens

Maioria está em Minas e parte tem nível de emergência acionado; empresas não enviaram laudo ou não atestaram estabilida­de estrutural

- André Borges /BRASÍLIA

A Agência Nacional de Mineração (ANM) informou que 54 barragens foram interditad­as por não enviarem ou não atestarem a Declaração de Condição de Estabilida­de (DCE) exigida dessas estruturas. A lista inclui 14 barragens da Vale, em Minas Gerais.

O documento é obrigatóri­o para as 423 barragens inseridas na Política Nacional de Segurança de Barragens e deveria ser entregue até 30 de setembro. “As barragens interditad­as e sem DCE estão sendo monitorada­s de perto e diariament­e pelos agentes da ANM”, informou Luiz Paniago, gerente de Segurança de Barragens de Mineração da ANM, por meio de nota.

Ao todo, 369 mineradora­s enviaram DCE atestando a estabilida­de de suas estruturas, 21 entregaram declaração não atestando a estabilida­de e 33 não enviaram DCEs. Quando não se envia a DCE, pressupõe-se que a estrutura não tem estabilida­de atestada. A maioria dessas interdiçõe­s está relacionad­a a barragens inativas, que não recebem mais material.

A DCE precisa ser enviada à ANM duas vezes ao ano: em março e setembro. Na primeira etapa, quem declara a DCE é o empreended­or. Ele tem a opção de fazer na própria empresa ou contratar consultori­a externa. Já na segunda, segundo a ANM, a empresa é obrigada a contratar consultori­a externa. Quando o empreended­or não entrega a DCE, o sistema cria multa e a barragem é interditad­a.

Minas Gerais é o Estado que mais tem barragens interditad­as (33), seguido por Rondônia (5), Mato Grosso (4) e São Paulo (3). Santa Catarina, Bahia, Rio Grande do Sul e Pará têm duas barragens interditad­as.

A lista de barragens interditad­as inclui 14 da Vale, em Minas. Duas delas, em Ouro Preto e Barão

de Cocais, são classifica­das com “nível 3”, que significa “risco iminente” de rompimento. Outras duas estão classifica­das com “nível 2”, quando há ação para sanar o problema, mas o controle não está sendo eficaz. As outras dez, em “nível 1”, estão com “comprometi­mento potencial de segurança”.

Por meio de nota, a Vale informou que foram emitidas 82 DCEs positivas. “Três estruturas melhoraram suas condições de estabilida­de e, portanto, obtiveram DCEs positivas neste segundo semestre, após avaliação negativa em março.” A mineradora também disse estar trabalhand­o “para o incremento dos fatores de segurança, com o objetivo de assegurar a estabilida­de de suas estruturas”.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Receita. Especialis­tas sugerem abertura de dados sobre projeto para tentar atrair contribuiç­ões e confiança da população

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