O Estado de S. Paulo

Competitiv­idade melhora, mas continua baixa

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Com o modesto avanço de apenas uma posição em relação ao relatório anterior, o Brasil ficou em 71.º lugar entre os países mais competitiv­os de acordo com a classifica­ção elaborada pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês). É uma posição pouco confortáve­l. Correspond­e ao ponto médio numa lista de 141 economias analisadas pelo WEF no seu Relatório de Competitiv­idade Global 2019. Da mesma forma, a pontuação total alcançada pelo Brasil, de 60,9, é praticamen­te igual à média de 61 pontos de todos os países avaliados.

Se se considerar que a economia mais competitiv­a do planeta em 2019, a de Cingapura, alcançou 84,8 pontos, pode-se ter a dimensão de quanto o Brasil precisa avançar para tornar-se mais apto para enfrentar seus grandes concorrent­es no cenário mundial. Entre estes estão algumas economias em estágio de desenvolvi­mento compatível com o do Brasil. E a comparação com elas é muito desfavoráv­el. Entre os países da América Latina, por exemplo, o Brasil ocupa apenas a 8.ª posição na classifica­ção. Entre os componente­s do Brics (formado também por Rússia, Índia, China e África do Sul), é o último colocado.

A simplifica­ção de regras para abertura e fechamento de empresas, a inflação sob controle e as mudanças nas relações de trabalho que deram mais eficiência ao mercado de mão de obra estão citadas entre os fatores que ajudaram a melhorar a classifica­ção do Brasil neste ano.

Outros fatores (o Brasil é o 10.º colocado quanto a tamanho de mercado e o 40.º em capacidade de inovação) também evitam que o País seja empurrado mais para a parte final da classifica­ção do WEF.

Mas a persistênc­ia de velhos obstáculos aos ganhos de eficiência e produtivid­ade continua a minar a avaliação da competitiv­idade brasileira. Quanto à burocracia, o País está no último lugar entre os 141 países; em abertura comercial, na 125.ª posição; em segurança, na 123.ª; e em estabilida­de governamen­tal, na 130.ª. A falta de visão de longo prazo do governo fez dirigentes empresaria­is brasileiro­s consultado­s para a pesquisa colocarem o Brasil no 129.º lugar.

O relatório mostrou, também, que a competitiv­idade de uma economia depende de políticas socialment­e inclusivas e ambientalm­ente responsáve­is. São critérios que não parecem balizar as ações do governo brasileiro.

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